Nova York libera horários de metrôs 24 hs, bares, eventos culturais, boates entre outras atividades na cidade que nunca se dorme!

Mais de 14 meses depois de virar um epicentro global da pandemia e ser obrigada a parar, Nova York ainda não é a cidade que nunca dorme — mas está quase lá. Os restaurantes puxam o movimento nas ruas, a Times Square está cheia de turistas, o setor imobiliário começa a se recuperar e a partir de segunda-feira acaba o limite de horário para o funcionamento de bares e de casas noturnas.

A mais nova atração turística da cidade, a Little Island, um parque suspenso por pilares sobre o Rio Hudson, tem sido explorada como um símbolo da retomada. Mesmo com necessidade de reserva prévia, o lugar, financiado pelo magnata das comunicações Barry Diller, anda lotado.

— Acho que quem vier de outros países vai querer conhecer. Eu amei a estrutura, nós precisamos de mais lugares como este, com mais flores — disse Jillian Wright, que visitava o parque na semana passada com a filha, Kira Wattsbey, ambas já vacinadas.

Em meados de maio, as autoridades autorizaram a maioria das atividades, como lojas, academias e salões de beleza, a operar com 100% da capacidade. A reabertura tem a seu favor a queda constante e até aqui sustentada do número de infecções, atrelada ao aumento da população já imunizada. Cerca de 50% dos 8,3 milhões de moradores da mais populosa cidade dos Estados Unidos já receberam pelo menos uma dose, enquanto 42% estão totalmente vacinados.

Um dos setores que mais sofreram com as sucessivas quarentenas, bares e restaurantes são os que mais têm ajudado Nova York a recuperar a vida. Quando foi proibido servir comidas e bebidas em espaços fechados, ruas e calçadas puderam ser ocupadas por mesas e clientes. O sucesso foi tanto que a prefeitura tornou a autorização permanente, mesmo agora com o fim das restrições.

No bairro Hell’s Kitchen, famoso pela profusão gastronômica, Raymond Lau, gerente de uma casa de comida asiática na Rua 46, aponta para os três vizinhos da frente que fecharam as portas, mas diz estar com uma boa expectativa.

— Este mês está muito melhor. O número de casos está menor e mais pessoas estão vacinadas, então mais gente quer sair de casa. Está mais quente também, todo mundo quer ficar ao ar livre.

Aluguéis param de cair

Outro setor que serve de termômetro para a economia da cidade é o imobiliário. De acordo com a plataforma StreetEasy, no mês passado, pela primeira vez desde março de 2020, o valor médio mensal dos aluguéis na cidade parou de cair, estabilizando-se em US$ 2,5 mil — ainda abaixo do patamar de abril de 2019, que era US$ 2,8 mil. O corretor Michael Miarecki avalia que 450 mil pessoas deixaram a cidade no ápice da pandemia. Agora, ele tenta dar conta da demanda reprimida.

— Estou tão ocupado, até mais ocupado, do que estive em quatro anos e meio —comemora Miarecki.

A partir desta segunda-feira, feriado do Memorial Day e uma espécie de início informal do verão, bares e casas noturnas não serão mais obrigados a fechar à meia-noite. A volta do metrô 24 horas também ajuda. Teatros podem funcionar desde abril, mas os grandes musicais da Broadway só voltam em setembro, pois precisavam de mais tempo para se reestruturar. Os ingressos, porém, estão à venda, e já é difícil garantir a entrada para as primeiras semanas.

As cortinas fechadas não impediram a região da Times Square de voltar a ser um dos locais mais disputados de Nova York. Os namorados Troy Evans e Courtney Ramsey são de Chicago e aproveitaram a baixa nos preços de passagens aéreas e hotéis para visitar a cidade pela primeira vez.

— Eu diria que a maioria é turista, por causa de todas as fotos que estão tirando. Imaginava que a cidade estaria movimentada, mas não tanta gente assim — disse Ramsey.

Segundo a empresa de análises de hospitalidade STR, a ocupação dos quartos dos hotéis de Nova York está em 58,5%, melhor que em 2020, mas muito aquém da ocupação no mesmo período de 2019, de 91,5%. Não à toa a média das diárias está 40% mais barata que dois anos atrás. A associação de hotéis da cidade calcula que a indústria só vai recuperar os patamares pré-pandemia, quando Nova York recebia 66 milhões de turistas por ano, a partir de 2024.

O Globo

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