Lula fora do jogo: a angústia do PT

Causou angústia no PT a declaração do presidente Jair Bolsonaro de que Lula é uma “carta fora do baralho” para a próxima disputa eleitoral à Presidência. Não deveria, já que o ex-presidente está mesmo inelegível, pela Lei da Ficha Limpa. Se vai conseguir atuar como bom cabo eleitoral, ainda não se sabe, mas as eleições municipais de 2020 são um péssimo sinal para os petistas.

Em São Paulo e no Rio, o partido está sem candidatos viáveis à vista. No Nordeste, última região que ainda dá votos ao PT, Lula aposta em Marília Arraes, no Recife, a mesma que foi forçada a sair da disputa para o governo pernambucano para a composição da chapa presidencial de Fernando Haddad.

Com isso, a única chance do partido está em se segurar na figura do ex-presidente. Foi o que tentou fazer a presidente da legenda, Gleisi Hoffmann, que passou recibo e tuitou irritada hoje: “Bolsonaro e Moro se esforçam em tentar desdenhar de Lula, em dizer que ele é passado, carta fora do baralho. Mas o fato é que Lula livre mexeu com a conjuntura política, pautou a vida do povo, o que incomoda Paulo Guedes. Sabem com quem estão lidando, é só olhar as pesquisas”.

O fato é que a soltura recente de Lula não teve o efeito esperado. O ex-presidente se esforça para se manter em evidência, como fez em recente jogo de futebol com Chico Buarque em um campo do MST. As pesquisas indicam, ao contrário do que diz Gleisi, que a rejeição ao ex-presidente é enorme.

Para voltar ao jogo, o PT precisaria modernizar suas propostas, como tenta fazer, por exemplo, o governador baiano do partido, Rui Costa. Mas isso arriscaria a hegemonia lulista, o que não interessa ao ex-presidente. Bolsonaro agradece.

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