PROTESTO: Índios tomam museu em MT para exigir devolução de urnas sagradas

Indígenas mundurucus tomam Museu de História Natural de Alta Floresta (MT), em protesto para exigir devolução de urnas sagradas (Foto: Divulgação)

Setenta indígenas da etnia mundurucu tomaram nesta terça-feira (24) o Museu de História Natural de Alta Floresta (MT) em protesto contra a apropriação de 12 urnas funerárias sagradas e desenterradas durante a construção das usinas hidrelétricas Teles Pires e São Manoel, no rio Teles Pires.

Os mundurucus dizem que só deixarão o prédio, onde as urnas foram depositadas, quando as recuperarem. “Para vocês, da empresa, e para o Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional], as urnas são somente objeto ou vasilhames cerâmicos. Para nós, são os nossos ancestrais”, diz o comunicado dos mundurucus.

O grupo viajou de barco durante seis dias, desde o Pará. Na segunda-feira (23), os pajés que guiam a expedição driblaram os seguranças da usina Teles Pires, que tem a Neonergia como sócia majoritária, e identificaram um novo local para enterrar as urnas, perto de onde elas foram desenterradas.

É o terceiro protesto dos mundurucus exigindo a devolução das urnas desde 2017. Em um deles, os indígenas tomaram o canteiro da usina São Manoel, que tem a estatal chinesa Three Gorges entres os principais acionistas.

A etnia mundurucu soma cerca de 15 mil pessoas e habita principalmente a bacia do rio Tapajós, do qual o Teles Pires é um de seus principais afluentes

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