Bolsonaro: não votamos em você para pastor, mas cuide de sua linguagem

Para além da questão da liturgia do cargo, está a questão da imagem que se constrói perante a sociedade. Jair Bolsonaro é o presidente do Brasil, mas agora é também alguém que se professa a fé cristã. A responsabilidade pelo que diz não só aumenta; duplica.

O slogan de campanha é baseado na Escritura, o que é muito bom. “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8.32). Agora, precisa-se considerar um novo slogan que não é para a campanha, e sim para o estilo de linguagem a se adotar daqui pra frente: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem” (Efésios 4.29).

Um chefe de Estado precisa aprender a lidar de forma altiva com seus opositores políticos, sejam do parlamento ou da imprensa. E aqui não vamos negar os dados da realidade: essa jornalista que Bolsonaro tratou de forma descabida é sim uma militante petista que tentou espalhar fake news com o seu nome, para enfraquecê-lo na campanha eleitoral.

Ela disseminou uma série de matérias que afirmavam que Bolsonaro era beneficiário de disparos no WhatsApp patrocinados por empresários, quando, na verdade, os que contrataram o serviço foram justamente seus opositores, entre eles o PT.

No entanto, é completamente reprovável o linguajar torpe do presidente. Sabemos que ele não é pastor nem um expoente do cristianismo, no máximo é um neófito (novo convertido), porém é importante que sua vida acompanhe seus discursos nos eventos evangélicos que participa. Não esperamos perfeição do Bolsonaro, só que ele deve vigiar nas palavras – e não é de hoje.

Nossa postura como cidadãos que creem no evangelho com relação ao governo deve ser neutra e vigilante. Alguns concordam com isso, mas, na prática, ou são inimigos vorazes do presidente ou são apoiadores acríticos e cegos. Penso que a gente não pode caminhar desta forma; a Igreja tem de apoiar o que é certo e criticar o que é errado, mesmo que isso custe a incompreensão dos apaixonados ideologicamente que só conseguem ver virtude ou defeito na figura principal da política brasileira.

Contudo, vale afirmar que este não é o maior dos nossos problemas, pois a tendência de alguns é fazer tempestade em copo d’água para desgastar a imagem do governo perante a população e a mídia internacional.

O avanço nas políticas econômicas, de segurança pública e de infraestrutura não pode ser ignorado. Só que tem jornalista, político e até apresentador de TV (potencial candidato ao cargo presidencial em 2022) que insiste em fazer política com tudo, até mesmo com as frases desprovidas de reflexão por parte de Bolsonaro.

Chama atenção o fato de que a patrulha não era tão engajada na época dos governos anteriores.

A despeito de tudo isso, o presidente não deve tratar ninguém da maneira que tratou e precisa dar evidências da fé que professa como qualquer outra pessoa que afirma que Jesus Cristo é o Senhor de sua vida.

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