Sem velório e com caixões lacrados, coronavírus impõe isolamento até no luto e muda rotina em cemitérios

O serviço funerário da Prefeitura de São Paulo orientou as funerárias e cemitérios de São Paulo de que as famílias devem evitar fazer velórios de pessoas com coronavírus e que os velórios e enterros devem ser com os caixões fechados e lacrados. Caso a família opte por velório, o velório deve ser limitado a 10 pessoas por sala e durar, no máximo, uma hora, e também com o caixão lacrado.

O Brasil chegou à marca de 486 pessoas mortas pelo novo coronavírus neste domingo (5/4), segundo levantamento apresentado pelo Ministério da Saúde. Nas últimas 24 horas, de acordo com a pasta, mais 54 óbitos foram registrados no país, o que fez a taxa de letalidade subir de 4,2% para 4,4%.

Após resolução do dia 20 de março , Serviço de Verificação de Óbitos deixou de fazer autópsia em casos suspeitos da Covid-19 e corpos são enterrados como se fossem confirmados, mas não entram no balanço oficial

Quando ocorre um óbito, a regra normal determina que, se a causa não foi atestada por um médico privado ou pelo próprio hospital, a ocorrência deve ser encaminhada para o Serviço de Verificação de Óbito (SVO), órgão municipal responsável por examinar corpos de pessoas que morrem por razões naturais desconhecidas. Geralmente, uma autópsia é feita no corpo, para se confirmar a causa de morte, que constará no atestado de óbito, entregue à família. No entanto, nos casos em que há qualquer suspeita de que o óbito possa ter sido causado pelo coronavírus,.

resolução SS 32, do Governo de São Paulo, estabeleceu que a confirmação da causa de óbitos por coronavírus não pode ser feita mais por autópsia, pelo risco que isso pode representar aos profissionais que realizam o procedimento, já que um corpo ainda pode transmitir o vírus até 72 horas após o falecimento. A mudança, segundo o documento, se baseia em determinações da Organização Mundial de Saúde, que desaconselham a realização do procedimento para casos suspeitos ou confirmados da Covid-19. “Em situação de pandemia, quaisquer corpos podem ser considerados de risco para contaminação e difusão da doença”, explica a resolução. Na prática, muitas das mortes nunca vão ser consideradas como causadas pelo coronavírus se não forem atestadas no hospital. E com o gargalo da falta de testes e de mão de obra para a realização dos exames, é possível que o número real de quem morreu pela Covid-19 nunca seja, de fato, conhecido.

Últimas Notícias