Ex-secretário é preso em Santa Catarina por suspeita de fraude na compra de respiradores

A Polícia Civil de Santa Catarina prendeu na manhã deste sábado (6) o ex-secretário estadual da Casa Civil, Douglas Borba.

A prisão foi efetuada no âmbito da segunda fase da operação O2, que investiga suspeitas de fraudes na compra de ventiladores pulmonares pelo governo catarinense durante a pandemia do novo coronavírus.

A investigação é realizada por uma força-tarefa composta pelo Ministério Público de Santa Catarina, Tribunal de Contas do Estado e pela Polícia Civil.

A polícia também cumpriu outros cinco mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão em Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo.

A operação apura as circunstâncias da compra, sem licitação e com pagamento adiantado de R$ 33 milhões, de 200 respiradores. Os equipamentos foram comprados de uma importadora, mas não foram entregues. O caso foi revelado em reportagem do The Intercept Brasil.

O caso resultou na demissão de dois secretários pelo governador Carlos Moisés (PSL) em março deste ano. Foram demitidos o então secretário da Casa Civil, Douglas Borba, e o secretário de saúde Helton Zeferino.

A primeira fase da operação aconteceu no início de maio, com o cumprimento de 35 mandados de busca e apreensão.

Na ocasião, Helton Zeferino teve os bens bloqueados pela Justiça e, em depoimento à polícia, atribuiu ao secretário da Casa Civil, Douglas Borba, a indicação da empresa contratada.

A ex-superintendente de Gestão Administrativa, Márcia Pauli, também demitida em razão das compras, disse em entrevista ao Balanço Geral Florianópolis ter ouvido citações ao nome do governador Carlos Moisés (PSL) durante a tramitação da compra sob suspeita.

Em uma reunião virtual com empresários no início de maio, Moisés queixou-se de pressão e disse que seu governo está sendo execrado. Segundo ele, a compra ocorreu em “dias de verdadeiro desespero”.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Douglas Borba na manhã deste sábado.

Em depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) instaurada na Assembleia Legislativa de Santa Catarina para investigar o caso, Borba afirmou no início desta semana que não teve qualquer participação na compra dos respiradores.

Ele ainda classificou como desastroso o processo de compra dos equipamentos pela secretaria estadual de Saúde.

FolhaPress

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