Como o MBL se tornou uma milícia da esquerda e de globalistas

Já é conhecida e amplamente documentada a progressiva adesão do Movimento Brasil Livre (MBL) às fileiras vermelhas da extrema esquerda. Embora nunca tenha sido de fato um grupo de direita, o movimento acabou sendo ungido pela esquerda como representante dos conservadores, através de matérias da mídia, uma tentativa de ocultar a onda conservadora que crescia nas redes sociais e nas ruas do Brasil.

O movimento que começou organizando protestos contra o PT se tornou um exemplo de renovação do próprio sistema político e do serviço prestado pela extrema esquerda à elite financeira internacional. Hoje, o grupo formado pelos jovens conhecidos pela repetição de chavões do oficialismo mais corrupto e burocrata, já vem perdendo adesão popular diante do abrangente processo de conscientização política do Brasil, mesmo antes de serem alvo de operações policiais.

Criticados pela esquerda mais ortodoxa por suas posturas liberais na economia, são elogiados e até abraçados pela esquerda cultural devido à franca adesão às agendas globalistas, que realmente importam para a esquerda. Sua atividade política diz mais sobre a quem servem do que o ideário liberal repetido como mantra aos seus militantes a cada dia mais escassos. Mas é justamente a perda de relevância popular e de adesão que tem feito dos meninos do MBL tão radicais no uso da máquina pública para o seu ativismo persecutório.

Apesar da queda de prestígio nas redes sociais, o poder dos cargos políticos conseguidos a duras e oportunistas penas mantém seus membros como verdadeiros reizinhos ditatoriais contra as vozes populares no Brasil.

Seu trabalho, hoje, resume-se a perseguir vozes conservadoras para calá-las ou, se possível, prendê-las. Os métodos pouco importam. Seguindo o mesmo expediente cínico dos globalistas, eles fazem tudo “em nome da liberdade” e outros chavões ditados por notícias de jornal, aos quais dão a interpretação invertida característica da esquerda. Recentemente, seu guru, o ativista conhecido como Luciano Ayan, foi preso sob acusação de lavagem de dinheiro. Mas antes disso, forneceu dossiês com histórias inventadas a parlamentares, a partir dos quais foi construída a CPMI das Fake news, assim como o inquérito de mesmo nome, no STF.

Formado por jovens liberais a partir de estereótipos culturais recebidos pela esquerda, o MBL teve êxito em imitar seus ídolos da política tradicional ao servir à esquerda e se envolver com corrupção. Eles fazem parte, o mesmo tempo, da subclasse odiada por marxistas e amada por metacapitalistas devido sua alta capacidade em vender suas consciências para saciar seus vícios culturais, manifestados pela repetição de chavões retóricos que imitam valores morais. Em geral, seus membros nem compreendem este tipo de análise, frequentemente classificando-as de teorias conspiratórias, tal é o grau de alienação em que vivem.

Chamam-no de “nova esquerda”, esse movimento oriundo do aproveitamento liberal-globalista daquela subclasse referida por Marx como “escória”: o lumpenproletariado, formado por viciados, bandidos e prostitutas. Desprovidos de meios de produção e de consciência de classe, o lumpem era um grupo visto pela esquerda ortodoxa como potencialmente traidor por ser facilmente comprado com seus vícios. E Marx acertou: os grandes liberais que desejam formar uma nova ordem burocrática a partir da corrupção da sociedade, viram nesta juventude uma poderosa força revolucionária. Como mortadelas melhorados, os meninos do MBL podem ser comprados hoje com um Playstation.

O Movimento Brasil Livre (MBL) começou seu protagonismo político por volta de 2014, e capitanearam os protestos populares que acabaram no Impeachment de Dilma Rousseff, em 2016. A inspiração era o mito libertário do Movimento Passe Livre, conforme assumiram em entrevista.

Naquele ano, após participarem de sucessivos protestos que arregimentavam uma crescente massa indignada contra os desmandos petistas, a ambição em fazer parte do sistema corrupto que diziam combater falou mais alto. E deu certo. A exemplo de seus ídolos da política, hoje seus membros são investigados por lavagem de dinheiro e práticas ilegais.

Alguns dizem que o início da queda do MBL se deu quando eles fizeram do estelionatário Luciano Ayan o seu guru. Mas esta pode ter sido apenas a cereja do bolo.

Ainda em 2016, os jovens carreiristas já davam passos decisivos em direção à tentadora velha política. Antes da corrupção moral e política, vem sempre a corrupção da inteligência. Naquele tempo, a partir da proposta da “Marcha pela democracia”, os então ativistas, representados pela figura de Kim Kataguiri, iniciaram um diálogo com o estamento burocrático representado pela marcha de São Paulo até Brasília. Ambicionando carreiras políticas, os jovens tiraram fotos com FHC, visitaram gabinetes, conheceram recepcionistas gostosas, tomaram café. Após muito papo, decidiram oferecer como sacrifício à massa sedenta por justiça, somente a cabeça de Dilma Rousseff, preservando todo o sistema do qual desejavam locupletar-se no futuro.

O efeito veio rápido. Ganharam a mídia e Kim se tornou colunista da Folha de S. Paulo. Não tardou a virem as candidaturas. Fernando Holiday, Arthur “Mamãe Falei” e Kim se tornaram os meninos prodígio de uma imprensa tão deslumbrada com suas figuras quanto o são com Che Guevara e Mao Tse Tung.

Apesar disso, o MBL declarou apoio a Bolsonaro nas eleições, o que espantou alguns conservadores apoiadores do presidente. A onda Bolsonaro representou um trampolim político para o grupo que já despontava como representante da renovação política. Tão logo foi eleito, porém, o governo de Jair Bolsonaro começou a contar com a honrosa oposição dos adolescentes que subiram na vida emulando discursos moralistas de um antisistemismo que durou só até o segundo ato. Aliados ao centrão, os deputados acabaram propondo o Impeachment de Bolsonaro, em clara rejeição aos eleitores que lograram no pleito de 2018.

Até mesmo colunistas liberais que frequentemente flertaram com o isentismo, como Rodrigo Constantino, vêm classificando o MBL como um “novo PSOL”, o que surpreende apenas o próprio Constantino, sempre ávido a apoios institucionalistas e também afeito a chavões de última semana.

De modo geral, o MBL é a prova do que a esquerda foi capaz de fazer com a juventude, criando uma geração de burguesinhos para abastecer de fatos e narrativas o campo cultural da guerra jornalística. É a versão política dos jovens alienados do video-game, sushi e pokemon, que oferecem gentilmente à esquerda o estereótipo do jovem mimado de classe média, defensor do livre-mercado (shopping), livre expressão (eu quero!) e democracia (deixa eu também), entregando-se à corrupção da política tradicional que chamam de instituições. Mas todas as benesses com as quais hoje se regozijam lhes seriam negadas não fosse a devoção fundamentalista ao palavreado oficial com o qual os movimentos revolucionários desejam perseguir, calar e matar qualquer um que discordar de seus patrões globalistas.

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