Incendiar carro é uma das formas mais usadas para dar golpe em seguradoras, diz entidade

Polícia concluiu que Marcelo Gonçalves da Silva ateou fogo no próprio carro para tentar receber o dinheiro do seguro

A forma usada pelo analista financeiro Marcelo Gonçalves da Silva, de 41 anos, em São Paulo, para tentar receber o seguro do carro dele está entre os golpes mais comuns aplicados em todo o País, de acordo com a CNseg (Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização). Silva ateou fogo no carro e simulou um assalto. Esse tipo de fraude pode ser facilmente identificada, de acordo com Marco Barros, superintendente da central de serviços e proteção ao seguro da entidade.

Criminosos também forjam roubos, furtos e batidas com perda total dos veículo para tentar receber o valor das indenizações, de acordo com a CNseg. O último levantamento de sinistros da instituição é de 2011. Naquele ano, do total de prêmios, 1,4% – cerca de R$ 200 milhões – não foi pago porque as seguradoras identificaram algum tipo de fraude.

A expectativa de Barros para o ano de 2012 é que haja queda em relação ao ano anterior. Segundo ele, a entidade tem recomendado às empresas de seguros troquem informações entre si.

— O que a gente vem incentivando muito as seguradoras é para que compartilhem seus dados, suas inteligências para detectar sinistros irregulares ou que não são comuns, informatizem-se através de instrumentos específicos como câmeras, também incentivamos aumento da produtividade, da experiência e do conhecimento dos analistas de sinistros.

A polícia de São Paulo divulgou na quarta-feira (17) que Marcelo Gonçalves da Silva forjou um assalto para receber o dinheiro do seguro do carro. Ele chegou a ter parte do corpo queimado. Na noite dos fatos, 7 de junho, o homem disse aos policiais que tinha sido abordado por criminosos na avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini e obrigado a ficar no banco de trás, enquanto um dos bandidos jogava um líquido inflamável nele. O homem acendeu um isqueiro e o analista pulou do veículo em chamas.

A caminhonete de Silva foi encontrada queimada, próximo ao local onde ele disse ter sido resgatado por um taxista. O analista ficou internado em um hospital da zona oeste por alguns dias. Na delegacia, o homem chorou e confessou o crime. Ele disse que tentou suicídio, mas saiu do carro assim que o fogo começou a se alastrar.

Os investigadores também descobriram que no mesmo dia do suposto assalto, o analista havia levado o seu veículo até uma loja de som automotivo para retirar todo o equipamento multimídia que possuía. Silva foi indiciado por estelionato por fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro e o caso será remetido à Justiça.

Outro caso

Também em São Paulo, no bairro do Capão Redondo, em setembro do ano passado, um homem insatisfeito com o baixo valor de mercado do carro do pai resolveu, junto com a namorada, simular um sequestro-relâmpago e atear fogo no automóvel. No entanto, algo deu errado e ele acabou se queimando. A história foi descoberta algum tempo depois e o casal também foi indiciado por falsa comunicação de crime, incêndio criminoso e estelionato. Eles respondem em liberdade.

R7

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