A hidroxicloroquina funciona? Depende do organismo! tem uns que tomam gardenal e ainda gritam Lula livre .

A imunologista e oncologista Nise Yamagushi escreveu uma carta em resposta às críticas proferidas pelo infectologista e epidemiologista Carlos Magno Fortaleza, em entrevista ao site UOL no dia 18 de maio.

Nise evidencia as dificuldades dos sistemas de saúde públicos em atender os pacientes graves e a crise de credibilidade dos estudos sobre a eficácia da hidroxicloroquina e cloroquina que divide a nação em dois grupos.

Aqueles que acreditam que o tratamento deva ser precoce com o uso de hidroxicloroquina, azitromicina e zinco a fim de diminuir em pelo menos 95%, a chance dos pacientes irem para a UTI. E os que não acreditam e chegam a dizer que não se deve fazer nada, devido estudos criados para apontar a toxicidade de um medicamento semelhante, a cloroquina – que se usada em dose absurda, de 4 vezes o que seria a dose mais baixa no estudo do Amazonas – causa arritmias fatais.

Porém, segundo a imunologista, os convênios médicos que já adotaram a estratégia de tratamento precoce observaram seus centros de terapia intensiva esvaziarem dado a eficácia do procedimento. Na carta ela questiona: “Por que um medicamento sem custo, de ação principalmente nas fases iniciais e talvez preventiva, vem sofrendo tanto escrutínio e tantos ataques violentos?”

Para ela, “criou-se uma pandemia do medo, de problemas cardíacos graves, com uma classe de medicamentos que é usada há mais de 70 anos, em mais de bilhões de doses no mundo nas infecções por malária e doenças autoimunes e que eram considerados medicamentos essenciais da própria Organização Mundial da Saúde, e que agora prioriza o protocolo com medicamentos caros endovenosos nas suas pesquisas.”

O estudo publicado pela revista Lancet também é criticado pela médica que afirma que a companhia responsável pela pesquisa sequer tem histórico de análises dessa dimensão e bastou para que outros estudos sobre a hidroxicloroquina fossem proibidos no Reino Unido, França e Bélgica.

“[A pesquisa] Está sendo duramente questionada pela metodologia incerta, de fontes não seguras, e análise questionável de dados eletrônicos obtidos de forma não transparente, sem consentimento ético conhecido até o momento. Este estudo avaliou 96.032 pacientes de cinco continentes, onde 14.888 pacientes teriam sido tratados e teria demonstrado a toxicidade da hidroxicloroquina e mais risco de arritmia.”

Nise explica que chama atenção a forma ‘muito homogênea’ de distribuição do medicamento entre os continentes, bem como de perfis de paciente, como fumantes e hipertensos e, ainda o fato de haverem dados incompletos sobre a duração do tratamento e a justificativa para aplicação ou não do remédio entre os perfis.

Na visão da médica, o Brasil precisa de alguém forte no comando Ministério da Saúde, capaz de aguentar os incessantes ataques dos que almejam o cargo, para conseguir melhorar o sistema público de saúde.

“Não se considera a importância do Brasil como referência mundial dentro do maior sistema universal de saúde pública do mundo, com números invejáveis de transplantes de medula, de fígado, de rim e até de coração e de pulmão. E que, nesta pandemia, tem a chance de mudar totalmente a evolução da doença, tratando precocemente os pacientes com COVID-19. Ainda temos tempo de sermos um exemplo de civilidade e de humanidade, onde os objetivos individuais, econômicos ou partidários sejam colocados a serviço de um bem maior, a vida”, finaliza ela na carta.

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