Após a Operação Cartão Vermelho deflagrada pela Polícia Federal, um holofote diferenciado na imprensa foi apontado para o ex-governador Jaques Wagner (PT), pretenso candidato a senador da Bahia na chapa encabeçada pelo governador Rui Costa (PT). Mas, pelo visto, não pararam em torno das denúncias de possível superfaturamento da Arena Fonte Nova. Uma matéria da revista IstoÉ desta semana coloca o secretário da Casa Civil de Rui, Bruno Dauster, no centro do jogo da relação entre o atual secretário de Desenvolvimento Econômico e o doleiro Alberto Youssef, tido como o contraventor de propinas da Lava Jato. 

A matéria aponta relação de Dauster com Youssef por conta de uma sociedade que ambos fizeram parte. “Dauster possui uma cota de cerca de R$ 36 mil no Web Hotel Salvador, que também teve entre os sócios a GFD Investimentos, uma empresa de fachada de Youssef, usada para intermediar pagamentos ilícitos. A GFD tinha 12% de participação no empreendimento hoteleiro. Essas cotas já foram leiloadas por decisão da Justiça, após Youssef se tornar delator do escândalo do Petrolão”, diz o texto. 

Dauster nega irregularidades na sociedade que manteve com o doleiro. Afirma que “se tivesse algo a esconder, dificilmente teria colocado na declaração de bens algo tão grave quanto uma sociedade com Youssef”. 
A matéria também lembra da relação da empresa da esposa do chefe da Casa Civil, filiado ao PT desde 1987, com um contrato da Embasa. “Questiona-se ainda um contrato milionário de publicidade firmado entre a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) e a Rocha Propaganda & Marketing, da mulher de Bruno Dauster, Vera Maria Rocha Dauster. Em dezembro de 2014, quando Dauster era chefe de gabinete da Casa Civil, a agência de comunicação venceu a licitação para gerenciar a conta de publicidade da Embasa. Na época, o contrato era polpudo: R$ 10 milhões. Uma bela e rentável ação entre amigos”, aponta o texto.