Cristofobia à brasileira: as elites contra o povo

Um ritual de candomblé, no pátio da Universidade Federal de Goiás: Essa foi apenas uma das maneiras que a professora de Cultura Brasileira encontrou para destruir o preconceito contra as seitas africanas. O episódio aconteceu, em 1996, na Faculdade de Comunicação Social, no meu primeiro ano naquela instituição. Eu nunca me esqueço da imagem daquela quarentona descabelada que ia dar “aulas” de bermuda e camiseta amarrotadas e, muitas vezes, usava um tênis sujo com meias de cores diferentes. A professora descolada ensinava aos alunos que não existe cultura boa ou ruim, apenas culturas diferentes. Relativizando a verdade, enquanto ela destruía o preconceito contra as religiões africanas outra forma de discriminação era disseminada entre os alunos e, desta vez, contra os cristãos.

Nesta época, eu era uma jovem cristã e me sentia sozinha e deslocada naquele ambiente hostil para qualquer cristão. Achava muito estranho uma disciplina de cultura brasileira enfatizar a africana, sendo que, ao menos segundo o IBGE, 87% dos brasileiros se declaram cristãos. Cansada daquele ambiente, um dia perguntei a Deus se a ciência e todo o mundo do conhecimento não poderiam ser conciliados com a fé cristã. A resposta ao meu questionamento veio anos mais tarde, quando Deus me permitiu enxergar que aquilo não era ciência e que minha intuição de que o cristianismo estava sendo atacado era real. Minha explicação era simplista: “o mundo jaz no maligno”, mas era verdadeira.

Sem que os alunos percebessem, a semente da cristofobia estava sendo plantada no coração daqueles estudantes da área de humanas, que hoje estão trabalhando nos jornais e programas de TV, outros estão na sala de aula doutrinando seu filho contra Deus e contra a família. Em seu discurso na ONU, o presidente Jair Bolsonaro chamou a atenção para a cristofobia no mundo e toda a esquerdalha midiática tentou desmoralizar o presidente dizendo que ele mentiu.  Sem medo de exagerar, eu afirmo que, no Brasil, também existe a cristofobia.

E para exemplificar minha afirmação, lanço mão de um tuíte do professor e filósofo Olavo de Carvalho: “O Brasil é um país de maioria cristã que não pode ter um presidente cristão”. A “democracia” só é aceita se o favorito for qualquer um entre os candidatos de esquerda. Caso contrário, vale até o candidato levar facadas e o agressor assassino ser tratado como louco. E se a morte não o derrotar, não tem problema, o establishment se reúne e impede o presidente de governar, politizam até um vírus, matam pessoas, fraudam estatísticas, quebram o país, levam milhares de pessoas ao desemprego e à miséria, mentem descaradamente, enfim, fazem de tudo para prejudicar o governo.

Qual cristão nunca teve que se abster de dar opinião em ambientes de trabalho, escolas ou universidades por medo de não ser aceito e ainda ser ridicularizado pelos colegas? Nós estamos perdendo os espaços e não temos mais liberdade de expressão. A perseguição é sutil, mas ela já existe e faz tempo e porque nós não reagimos ela está acontecendo, inclusive, nos tribunais.

No mês passado, um padre foi condenado a pagar uma indenização de 398 mil reais, porque em 2005, ele apresentou um habeas corpus frente a uma decisão judicial que autorizava um aborto por conta de uma malformação fetal. Observe que o tribunal não puniu o desembargador que concedeu o documento, mas apenas condenou o padre, ativista pró-vida, que apenas apresentou o recurso à justiça. Ora, se isso não for perseguição aos cristãos eu não sei mais o que é.

Fruto de uma educação marxista avessa à realidade, muita gente acha que os cristãos são inimigos da sociedade por serem preconceituosos e retrógrados. Essa visão é fantasiosa, pois o cristianismo sintetizado poderia ser expresso da seguinte maneira: “amor a Deus, que se expressa no amor ao próximo”. Ao contrário do que muitos pensam, a liberdade, a tolerância e a diversidade, não são valores de esquerda, mas são princípios judaico-cristãos base da nossa civilização. Portanto, se você quer continuar tendo liberdade até pra expressar qualquer fé, ainda que seja estranha ao cristianismo, defenda os cristãos. Em países comunistas e muçulmanos as pessoas não têm essa liberdade.

Qualquer pessoa que se junta para achincalhar os cristãos e fecha os olhos para a matança deles mundo a fora, está aceitando a cristofobia e sendo cúmplice da destruição ocidental. E se você é cristão e não estuda, não busca conhecimento, não defende sua fé, não se posiciona em debates, você está pecando por omissão, permitindo que os inimigos avancem ainda mais contra nós e diminuindo as chances de que você e seus filhos vivam num país livre.

Patrícia Castro é esposa, mãe, e jornalista.

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