Ministro da Saúde rebate pressão de Doria em reunião com governadores

“Não sei porque o senhor fala tanto como se fosse do Estado”, diz Pazuello sobre a vacina chinesa

A reunião do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, com governadores, nesta terça-feira (8), teve momentos de tensão.  

O governador de São PauloJoão Doria (PSDB), cobrou uma posição de Pazuello sobre a compra da vacina da China contra o coronavírus

Na reunião, Doria insinuou que Pazuello estava agindo e forma ideológica e política: 

“A vacina do Coronavac não teve nenhum investimento do governo federal. A vacina também não foi aprovada pela Anvisa. O que difere, ministro, a condição e a sua a sua gestão como ministro da Saúde de privilegiar duas vacinas em detrimento de outra vacina? É uma razão de ordem ideológica? É uma razão de ordem política? Ou é uma razão de falta de interesse de disponibilizar mais vacinas?” 

O tucano acrescentou: 

“O senhor, na última reunião, com 24 governadores, anunciou que compraria 46 milhões… infelizmente o presidente da República desautorizou senhor, foi deselegante com o senhor e, em menos de 24 horas, impediu que a sua palavra fosse mantida perante os governadores. Seu ministério vai comprar a vacina Coronavac sendo aprovada pela Anvisa? Sim ou não?” 

Em resposta, Pazuello afirmou que não descarta a compra, mas que o negócio só será fechado se houver demanda e que o preço do produto também será considerado. 

O ministro da Saúde ainda enfatizou que a vacina chinesa está sendo produzida pelo Instituto Butantã, não pelo governo de Doria: 

“A vacina do Butantã, que não é do Estado de São Paulo, tá governador, é do Butantã. Não sei porque o senhor fala tanto como se fosse do Estado. É do Butantã.”  

Pazuello acrescentou: 

“O Butantã é o nosso fabricante de vacina do nosso país. É respeitado por isso. O Butantã, quando concluir seu trabalho e tiver vacina registrada, avaliaremos a demanda. Se houver demanda, e houver preço, vamos comprar.” 

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