Sem acesso a documento, CPI vai até secretário de saúde de Minas Gerais: Deputados querem saber qual norma autorizou uso da reserva técnica para imunização de servidores da pasta contra a covid-19

Deputados estaduais integrantes da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Fura-filas, que investiga supostas irregularidades no processo de vacinação de servidores da saúde em Minas Gerais visitam, nesta segunda-feira (10), o atual chefe da pasta Fábio Bacheretti.

Os parlamentares querem saber qual é a norma publicada pela SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais) que autorizou o uso da “reserva técnica” de vacinas contra a covid-19 para imunizar os servidores da pasta, incluindo quem trabalhava na administração central.

Na última quinta-feira (6), o ex-secretário-adjunto da pasta, Marcelo Cabral, afirmou que havia uma norma publicada pela pasta que autorizava o uso da “reserva técnica” para essa finalidade. No entanto, ele não soube apontar qual era esse documento e quando ele foi publicado.

A chamada “reserva técnica” é um quantitativo de 5% do total de doses encaminhadas pelo Ministério da Saúde ao Estado e serve como uma espécie de “poupança” para que possa cobrir eventuais perdas de doses, causadas por furtos ou problemas de armazenamento nos municípios.

Após o depoimento de Marcelo Cabral à CPI, na última semana, os deputados solicitaram à pasta que enviassem o documento citado por ele em um prazo de até 48 horas. Como o documento não foi enviado dentro do prazo, os deputados decidiram ir, nesta segunda-feira (10) até a sede da SES-MG. Eles serão recebidos pelo secretário da pasta.

Fura-fila

A CPI dos Fura-fila entra na sua reta final. Nesta terça-feira (11), está previsto o último depoimento, do ex-secretário de Saúde, Carlos Eduardo Amaral (Novo). Ele foi exonerado em meio às denúncias sobre o processo de vacinação irregular. De acordo com ele, o processo seguiu as normas determinadas no PNI (Plano Nacional de Imunização).

As irregularidades no processo de imunização da pasta foram revelados em março . Na ocasião, a reportagem revelou que servidores fora dos grupos prioritários receberam doses de vacinas e que até quem estava em “home office” foi convocado para receber a vacina. Durante a CPI, ficou comprovado que, no momento em que esses servidores foram vacinados, diversos profissionais que atuavam na linha de frente do combate à covid-19 ainda não tinham recebido os imunizantes.

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Ao todo, a lista com a quantidade de servidores vacinados ultrapassa os 2.600. Durante a realização da CPI, prestaram depoimento servidores que respondem a processo administrativo interno, do Governo de Minas, a promotora Josely Ramos, responsável pela investigação do caso no âmbito do Ministério Público, além de representantes de classe e outros convocados.

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