“Apenas 10% da elite artística sindical dominavam 78% da verba da cultura”, diz André Porciúncula

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Secretário Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura não poupou críticas ao que ele chama de elite artística sindical 

O secretário Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura, o baiano André Porciúncula, em entrevista ao Editor-Chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, no jornal A Tarde, não poupa críticas ao que ele chama de elite artística sindical do país.

Andre diz que havia uma distribuição de renda aleatória na Cultura, onde 10% desses artistas dominavam 78% da verba do setor, e mais, sem prestar contas.

“O que se fazia antes na Cultura era a distribuição de renda aleatória, jogava para cima naquela pequena elitezinha sindical que dominava os mecanismos públicos de fomento à cultura, e esses 10% dominavam 78% da verba da cultura e não havia prestação de conta, não havia nenhum tipo de cuidado, sequer de saber se aquele produto incentivado foi de fato realizado e entregue à população”, afirmou.

André avaliou ainda a política cultural do governo Jair Bolsonaro (sem partido).

“Primeiro, pela primeira vez no Brasil, podemos falar em política cultural. Nunca houve antes. Eu falei isso na comissão de cultura da Câmara, causou espanto, mas pra mim é algo muito simples. Políticas públicas se fazem com dados, métricas e análises. E o que a gente encontrou aqui foi uma completa ausência de processos de análises, de auditoria de processos e não há como se fazer política pública sem isto”, comentou.

“O governo Bolsonaro está criando um novo paradigma, iniciando uma política pública cultural, de fato, que nunca houve. E sobre as artes, sim, ao contrário do que a pecha negativa traz, o Governo Bolsonaro acredita que a cultura e arte são importantíssimos, eu costumo dizer que a cultura é a alma do povo, ela precisa ser irrigada naquela trindade litúrgica própria, arte, literatura, música. E não há civilização, não há nem a ideia de povo sem cultura”, completou.

André disse também que é a cultura que traz o próprio processo civilizacional e que o governo encara essa cultura “como algo muito importante para preservar esses valores milenares que formam nossa cultura”.

“As pessoas misturam dar importância à cultura e distribuir gordas verbas públicas àquela pequena minoria que dominava os mecanismos de fomento”, disse.

Há um ano e meio à frente do órgão, o secretário disse ao M! que tem sido um trabalho desafiador e que “as exigências burocráticas e políticas que envolvem a cultura, realmente tudo é elevado à décima potência”.

“E a gente vem desenvolvendo aos pouquinhos, mudando, tentando fazer esse processo de moralização. Mas, em contra partida, é satisfatória a ideia de estar fazendo algo útil para o país, é algo que enriquece bastante sim”, finalizou.

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