Quem são os negacionistas?

Todos têm direito à própria opinião, mas não a seus próprios fatos — James R. Schlesinger

Na última segunda-feira, ao dar bom dia no twitter, retuitei um vídeo e escrevi a seguinte mensagem:

Pesquisas, estatísticas e ciência, podem ser manipuladas, basta que o autor pare no ponto que quer provar!

Isso, nada tem a ver com fatos!” 

Pesquisa, estática e ciência, usam a exatas, mas não são exatas, por um simples motivo, elas só provam o que quem as usam, querem provar — basta que para isso, parem no ponto exato que desejam!

a) Pesquisa:

Se a pesquisa é de intenção de votos para presidência do Brasil, para ter um mínimo de credibilidade, deveria ser feita com 106,5 milhões de pessoas e mais uma, ou seja, metade mais um da população, pois diferente disso, não tem base nenhuma, visto que qualquer resultado será baseado na localização ou grupo em que foi feita.

O fato é: pesquisas por amostragem é um método amplamente aceito e muito utilizado,  mas pode ser facilmente manipulado — quando feito em grupos favoráveis a quem pesquisa — ou seja, qualquer pesquisa que não se basear no total, ou no mínimo na metade mais um, não dará um resultado acima de qualquer suspeita.

b) Estatística:

A estatística se resume a cálculos matemáticos, e sabemos que cálculos são infinitos, sendo assim, quando alguém deseja provar algo através de um cálculo, basta parar onde se deseja.

Nas eleições municipais de 2020 aconteceram dois fatos extraordinários, na apuração do primeiro turno, comentados até por Bolsonaro em uma de suas lives em defesa do voto impresso.

Um foi o atraso da apuração, o outro foi o fato dos candidatos manterem as proporções do início ao fim da apuração, sendo essa segunda — o fato dos percentuais se manterem idênticos —  usado por muitos estatísticos para provar que houve fraude na eleição.

Vamos lembrar uma fala de Bolsonaro no vídeo: “pode acontecer? Pode! É impossível? Não! Mas seria algo assim como ganhar na loteria sozinho!”

Pode ter havido a tal fraude, não discuto isso, o que discuto, é que se você continuar os cálculos, poderá chegar a outro resultado!

A soma de abstenção, brancos e nulos no 1º turno das eleições da cidade de São Paulo foi de 3.647.901, ou seja, maior que o número de votos dado a Covas, vencedor do 1º turno.

A soma de abstenção, brancos e nulos no 2º turno das eleições da cidade de São Paulo foi de 3.549.457, ou seja, maior que o número de votos dado a Covas, eleito prefeito da cidade da São Paulo.

O fato é: estatisticamente falando, se todos que faltaram ou anularam os votos, tivessem votados, Covas, ou Boulos poderiam não ter ido para o 2º turno, e Covas poderia não ter ganho as eleições, e ninguém estaria fazendo cálculos para provar que houve fraude!

Outro fato: já houve quem ganhasse sozinho na loteria!

c) Ciência:

A ciência é dinâmica e mutável: várias coisas que se acreditavam como certas, foram mudando ao longo do tempo, varias teses foram comprovadas assim como muitas foram desfeitas — antes os navegadores pegavam suas lunetas, olhavam a linha do horizonte e pensavam  ser o fim do mundo, até que o navegador português Fernão de Magalhães (c. 1480 – 1521) resolveu  circunavegar o mundo.

Hoje te chamam negacionista da ciência, por não tomar a vacina para o Covid!

O fato é: vacinas são comprovadamente a melhor maneira de se evitar adoecer e/ou morrer por doenças virais, porém vacinas devem ser devidamente estudadas e testadas  por anos e aprovadas em todos os testes possíveis, de modo a não causarem efeitos colaterais em quem as usa.

A maior prova disso são as vacinas que tomamos nos primeiros dias ou semanas de vida,  quando ainda não estamos totalmente formados, sendo muito raro haver algum efeito adverso!

Não acredite de imediato quando o assunto for pesquisa, estatística ou ciência. 

Isso não te faz um negacionista, te faz um precavido. A única coisa que te torna um negacionista, é negar um fato!

A história é émula do tempo [do verbo emular, que se iguala], repositório dos fatos, testemunha do passado, exemplo do presente, advertência do futuro. —  Miguel de Cervantes

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