Os bons tempos se foram. Pouco a pouco, a geração de ferro está indo embora e, em seu lugar, fica a geração de cristal. Estão morrendo aqueles que, sem estudos, educaram seus filhos; que geraram cinco, seis ou mais crianças, mas davam conta de todas, enquanto hoje um casal não consegue educar um único filho.
Estão partindo aqueles que, apesar da pobreza e da escassez, lutaram pra que o indispensável nunca faltasse em casa. Está perecendo a geração que ensinou valores – respeito, amor, ética, decência. Que ensinava aos garotos o valor e a dignidade da mulher, e às meninas, o respeito ao homem.
Estão chegando ao fim aqueles que conseguiam viver com pouco sem se sentir frustrados por isso. Que trabalharam desde a mais tenra idade e desde cedo aprenderam o valor das coisas. Seguem à sepultura aqueles que passaram por mil dificuldades mas não desistiram de uma vida digna e honesta.
Estão se despedindo após uma vida de sacrifícios e agruras; eles têm as mãos enrugadas, os ossos doloridos e o corpo alquebrado, mas o caráter ilibado e o semblante tranquilo. Está morrendo a geração que nos deu a vida. E nós? O que deixaremos para aqueles a quem demos a vida?
Autoria desconhecida – texto adaptado.
