Quem é o primo íntimo de Alcolumbre preso por tráfico internacional de drogas

URGENTE: PF prende primo de Davi Alcolumbre em operação contra tráfico  internacional de drogas no Amapá - Folha da Política

O primo do senador Davi Alcolumbre é integrante de uma família criadora de búfalos, tem imóveis e postos de combustíveis no Amapá, além de um aeródromo que receberia aviões de traficantes

A Polícia Federal cumpre 24 mandados de prisão no âmbito da operação Vikare, deflagrada na manhã desta quarta-feira (20), com o intuito de desarticular grupos criminosos que atuam com o tráfico internacional de drogas por meio de um esquema que usa aeronaves e empresas para mascarar o transporte de entorpecentes entre vários estados brasileiros e países da América do Sul.

Entre os presos, está o ex-deputado estadual no Amapá Isaac Alcolumbre, primo do senador e ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP). O senador ainda não foi investigado na operação.

Integrante de uma família criadora de búfalos, Isaac Alcolumbre tem imóveis e postos de combustíveis no Amapá. Ele é filho de Salomão Alcolumbre, irmão da mãe de Davi, Julia Alcolumbre.

A família é numerosa: Julia tem nove irmãos, que são tios de Davi Alcolumbre, e mais de 30 sobrinhos, que são primos do senador.

Segundo o superintendente da PF no estado, Anderson de Andrade Bichara, Isaac Alcolumbre foi preso com uma grande quantidade de dinheiro, “que ainda está sendo contada”.

Isaac Alcolumbre, segundo o delegado, é dono de um aeródromo certificado por onde transitavam aeronaves do tráfico internacional de drogas provenientes da Venezuela e da Colômbia.

Preso preventivamente, Isaac divulgou, por meio de advogado, uma nota na qual diz “não estar envolvido em nada”.

“Nesta data, fui alvo de uma operação da Polícia Federal que apura ilícitos, entre eles o tráfico de entorpecentes. Diante dos fatos que se encontram em apuração, venho a púbico informar a quem interessar possa que não estou envolvido em nada com referência a tráfico de drogas. E fiquem certo de que provarei isso. Com relação a outras acusações das quais ainda não tenho informações, faremos a defesa no momento oportuno”, diz trecho da nota.

Isaac acrescentou que recebe “várias aeronaves diariamente” em seu hangar em Macapá e que, por vezes, já comunicou a polícia “sobre suspeitas, inclusive proibindo pouso e decolagem”.

Investigação começou com descoberta de destroços de um avião

A investigação que chegou a Isaac começou com a descoberta de destroços de um avião em maio de 2020, em uma área isolada do município de Calçoene, no extremo norte do Amapá.

A PF monitorava movimentações suspeitas de aeronaves quando encontrou os destroços. A investigação apontou que o veículo foi incendiado de propósito para esconder o crime de tráfico internacional de drogas.

No local onde o avião foi achado, outros indícios do tráfico de drogas foram percebidos, como uma vala destinada ao armazenamento das drogas.

Daí então, foi descoberta uma cadeia de ocorrências que levou à identificação dos envolvidos, entre eles, o fato de que outra aeronave pousou em Calçoene para transportar os tripulantes e carga do avião incendiado.

Esta segunda aeronave teria sido vendida, em novembro do ano passado, para uma pessoa presa no Pará com 450 skank, espécie de maconha com maior concentração de substâncias psicoativas.

O avião partiu do mesmo aeródromo em Macapá alvo das investigações. Além de oferecer o apoio logístico, a pista de pouso contava ainda com um sofisticado “serviço” de manutenção com fornecimento de mecânicos, pilotos e operadores financeiros.

“O local também foi utilizado como ponto de apoio para realização dos preparativos da aeronave de modo a deixá-la em condições para voar com autonomia para longas distâncias, como retirada de bancos, fornecimento de combustível em carotes, o que é proibido, e assim trazer a maior quantidade de drogas possível”, informou a Polícia Federal.

Além das aeronaves, a operação descobriu que empresas de fachada em outros estados integravam o grupo criminosos para ocultar o dinheiro captado ilegalmente.

Entre as empresas identificadas, está uma do ramo de cosméticos com sede em Sorocaba, em São Paulo. Foi identificado que a proprietária, uma colombiana, usava produtos químicos da empresa para auxiliar no refino de drogas.

Além dos mandados de prisão e busca e apreensão, a Justiça Federal determinou a apreensão de 95 veículos entre carros, motos e caminhões, além de três aeronaves, 19 embarcações, indisponibilidade de imóveis de 41 pessoas físicas e jurídicas e o bloqueio de R$ 5,8 milhões em ativos financeiros de investigados.

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