Pandemia deixa 244 mil crianças e jovens brasileiros fora da escola

Estudo do Todos pela Educação com base nos dados da Pnad Contínua mostra aumento de 171,1% em comparação a 2019

O movimento Todos pela Educação divulgou nesta quinta-feira (2) um estudo, realizado com base nos dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) do segundo trimestre de 2021 produzida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que mostra os reflexos da pandemia de Covid-19 na Educação: 244 mil crianças e jovens não estão matriculados em uma escola.

O estudo “Taxas de atendimento escolar da população de 6 a 14 anos e de 15 a 17” anos busca medir o impacto do longo período de fechamento das escolas em todo o Brasil. De acordo com os dados, entre crianças e jovens de 6 a 14 anos, houve um aumento de 171,1% daqueles que estavam fora das escolas na comparação com o mesmo período de 2019. Na prática, 244 mil crianças e jovens nessa faixa não estavam matriculadas. É 1% do total dessa faixa etária, sendo a maior taxa observada nos últimos seis anos.

Segundo o estudo, também houve um aumento do número de crianças que, em idade para frequentar o ensino fundamental (6 a 14 anos), estavam na pré-escola (702,7 mil em 2021, ante 396,8 mil em 2019). Com elevação do número daqueles fora da escola ou frequentando a pré-escola, o percentual de crianças e jovens de 6 a 14 anos matriculados no ensino fundamental (ou no ensino médio, no caso daqueles que já concluíram o 9º ano) chegou a 96,2%, o menor índice desde 2012. Em 2019, essa taxa era de 98,0%.

“No caso dos jovens de 15 a 17 anos, permaneceu a tendência de queda no percentual daqueles que estão fora da escola, chegando a 4,4% no 2º trimestre deste ano. Tivemos, no segundo trimestre de 2021, 407,4 mil jovens de 15 a 17 anos fora da escola sem ter completado o ensino médio, menos do que os 486,2 mil de 2020 e dos 679,8 mil de 2019. No entanto, houve aumento do número de jovens de 15 a 17 anos que estavam frequentando etapas educacionais anteriores (ensino fundamental regular, EJA do fundamental, ou alfabetização de jovens e adultos): de 1,6 milhão, em 2020, para aproximadamente 1,9 milhão, em 2021”, destaca o estudo.

r7

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