Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso não devem facilitar a vida do presidente Jair Bolsonaro

Alexandre de Moraes, Luiz Edson Fachin e Luís Roberto Barroso

Em ano eleitoral, três ministros do Supremo Tribunal Federal demonstraram que não vão facilitar a vida do presidente Jair Bolsonaro. O chefe do Executivo está sob cerco de Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Luiz Edson Fachin. Os dois últimos serão os comandantes do Tribunal Superior Eleitoral neste ano. Em linhas gerais, o trio deveria ter imparcialidade para tratar de candidatos, mas não tem sido assim. O jornalista Augusto Nunes discorre sobre o assunto no mais recente artigo que publicou na Edição 100 da Revista Oeste.

Leia trechos do artigo

“Com uma entrevista publicada em 13 de fevereiro na edição dominical do Globo e o discurso de despedida da presidência do TSE, no dia 17, Luís Roberto Barroso começou e encerrou a etapa desta semana como líder absoluto. Entre um palavrório e outro, manteve-se à frente do sucessor no cargo, Edson Fachin, e do agora vice-presidente Alexandre de Moraes. Os três fizeram bonito no esforço para confundir e perturbar o país. Barroso mostrou que não é fácil superar alguém que acredita na inocência de terroristas e na pureza de João de Deus. Moraes confirmou que vai longe. E Fachin deixou claro que merece o posto: ele também acha que o sistema eleitoral brasileiro, adotado por outros dois países, é o melhor do planeta.”-Publicidade-

“A entrevista de Barroso foi um desfile de declarações à caça da manchete espetaculosa. “Vivemos um momento triste em que se misturam o ódio, a mentira, as teorias conspiratórias, o anticientificismo, as limitações cognitivas e a baixa civilidade”, caprichou na largada. (Sem citar o nome do seu Grande Satã particular, qualificou Bolsonaro de “burro” e “selvagem”.) Em outro trecho, jurou que há cinco meses o Brasil se livrou de um golpe de Estado. Por muito pouco, e porque o tiro disparado por nostálgicos da ditadura militar saiu pela culatra. “O Sete de Setembro foi o sepultamento do golpe”, ensinou o mestre. “Compareceram menos de dez por cento do que se esperava. Quer dizer: a extrema direita radical no Brasil é bem menor do que se alardeava. As polícias militares não aderiram, nenhum oficial da ativa relevante deu qualquer apoio àquele tipo de manifestação.”  Segundo o declarante, todos os participantes da manifestação exemplarmente pacífica eram perigosos extremistas de direita. Não havia na Avenida Paulista, aos olhos do gênio da raça, um único democrata entre mais de 300 mil brasileiros de diferentes idades e classes socioeconômicas. Todos queriam ressuscitar à bala o governo militar. Isso só seria possível, nos cálculos do doutor em multidão, se os organizadores reunissem 3 milhões de radicais numa avenida onde não cabem mais de 620 mil viventes.”

R. OESTE

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