Como fica o Afeganistão depois da saída das tropas dos EUA e da Otan? País foi invadido após o 11 de setembro em uma tentativa de combater o terrorismo e de estabelecer uma democracia

Há 20 anos, os Estados Unidos sofreram o pior ataque terrorista da história do país, com a derrubada das Torres Gêmeas, em Nova York, no dia 11 de setembro. O atentado de autoria da Al-Qaeda, grupo radical árabe, deixou quase 3 mil mortos e teve um impacto direto na geopolítica mundial.

Como resultado, o governo norte-americano enviou militares para o Afeganistão, onde o líder do grupo terrorista, Osama Bin Laden, estaria escondido. A missão teve o apoio da ONU e dos países que fazem parte da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Em 2011, o extremista foi capturado e morto, mas as Forças Armadas dos EUA continuaram ocupando o país.

Além da missão de eliminar o líder da Al-Qaeda, havia também o objetivo de instaurar a democracia no país, que enfrentava uma guerra civil contra o grupo Talibã, formado por fundamentalistas religiosos adeptos de uma leitura radical do Alcorão, o livro sagrado do Islã.

Agora, em 2021, o presidente Joe Biden anunciou a retirada de todas as tropas que atuam em território afegão. A saída dos norte-americanos e dos europeus já começou e a Base de Bagram, um dos principais centros operacionais da missão já foi entregue.

A situação no Afeganistão nunca foi simples e anos de ocupação e intervenções internacionais não mitigaram os problemas políticos, econômicos e sociais. A questão agora é: com a saída das tropas internacionais, como fica a situação do Afeganistão?

A criação do talibã

O talibã é um grupo fundamentalista religioso fundado nos anos 90 que defende a visão e leitura mais radical e fiel do Alcorão. Para eles, a sociedade deve viver da forma que foi ensinada pelo profeta Maomé e que se afasta dos princípios ocidentais e mais progressistas, como a igualdade entre homens e mulheres, direitos humanos e liberdade de expressão.

“Em sua fundação, o talibã teve o apoio do exército paquistanês, que queria restabelecer a ordem no Afeganistão e controlar o fluxo de imigrantes que chegava no país”, explica o professor de Relações Internacionais da ESPM, Gunther Rudzit.

R7

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