Dólar sobe com novos lockdowns na China e à espera de juros nos EUA; Bolsa cai

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro operam no campo negativo nesta terça-feira, 15, pressionados com o surgimento de novos surtos de Covid-19 na China e a imposição de medidas de restrição para milhões de pessoas. Os investidores também acompanham as expectativas da alta de juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, pela primeira vez desde 2018. Por volta das 13h10, o dólar registrava avanço de 0,45%, a R$ 5,143 O câmbio chegou a bater a máxima de R$ 5,152, enquanto a mínima não passou de R$ 5,094. A divisa fechou a véspera com alta de 1,3%, a R$ 5,120. Impactada pela nova queda de ações de commodities, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, operava com recuo de 0,9%, aos 108.957 pontos. O pregão desta segunda-feira, 14, fechou com retração de 1,6%, a 109.927.

Quase 30 milhões de pessoas foram totalmente confinadas na China, em ao menos 13 cidades, além de outras em confinamento parcial, nesta terça-feira, depois que o país registrou o maior surto de Covid-19 desde o início da pandemia. Foram confirmados 5.280 casos da infecção pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, de acordo com a Comissão Nacional da Saúde (CNS). O movimento faz a cotação do petróleo baixar de US$ 100 pela primeira vez desde o fim de fevereiro e devolve os ganhos registrados com a recente disparada do barril. O temor pela desaceleração da economia chinesa também derrubou os mercados da Ásia. A Bolsa de Hong Kong estendeu as perdas da véspera ao fechar com forte queda de 5,7%. O resultado deixou o pregão no patamar mais baixo desde 2011. Já em Shanghai o tombo foi de 5%. O índice Nikkei, em Tóquio, encerrou o dia com leve alta de 0,1%.

Ainda no cenário internacional, a autoridade monetária dos EUA deve anunciar o primeiro aumento dos juros desde 2018, nesta quarta-feira. A taxa está entre 0% e 0,25% e analistas se dividem na expectativa de alta entre 0,25 e 0,50 ponto percentual. A subida ocorre em meio à disparada da inflação aos consumidores norte-americanos ao maior nível em 40 anos. A alta dos juros impacta em todos os mercados, principalmente os emergentes, por atrair dólares ao Tesouro norte-americano, considerado um dos ativos mais sólidos do mundo.

No cenário local, o Comitê de Política Monetária (Copom) também vai anunciar mudanças nos juros na quarta-feira. O mercado estima o acréscimo de 1 ponto percentual, que levaria a Selic a 11,75% ao ano, o maior nível desde 2017. Ainda no noticiário doméstico, o governo federal estuda elevar o Auxílio Brasil para conter os efeitos dos combustíveis. À Jovem Pan, auxiliares do Ministério da Economia afirmaram que a medida é vista como uma alternativa menos danosa às contas do Executivo e mais efetiva no ponto de vista social do que as propostas de subsídio ou congelamento de preços. O movimento, no entanto, só seria possível com a declaração de um novo estado de calamidade pelo Congresso.

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