Arrecadação recorde é termômetro real da economia, apontam analistas

A sequência de resultados positivos na arrecadação de impostos federais dos últimos meses pode sim, segundo especialistas, ser interpretada como uma espécie de termômetro da recuperação econômica. Recuperação não raramente classificada como surpreendente, pelos profissionais da área. Os números de maio divulgados pela Receita Federal trouxeram avanço real de 4,13%, na comparação com o mesmo mês do ano passado. No período, entraram para os cofres do governo federal R$ 165,3 bilhões ajudando a engordar o caixa de R$ 908,5 bilhões acumulados desde o início deste ano. Detalhe: é o melhor resultado para o mês e para o acumulado de cinco meses iniciais de um ano desde 2000.

Parte da receita é explicada pelas trocas de commodities do país com o exterior. A demanda internacional por minérios, petróleo e também por alimentos, entre outros itens largamente presentes na pauta de exportações brasileira, dá impulso inegável a Balança Comercial, com forte tendência para o fluxo de dinheiro em direção ao Brasil. O dólar apreciado em relação ao real é outra influência. E faz parte ainda das contas que jogam a favor do caixa do governo, a própria inflação. É, a condição econômica que impõe a enorme parcela da população o custo de vida salgado nos supermercados, tem um outro lado:  se os preços sobem…..a base de cálculo para  a arrecadação só faz crescer. Em resumo, o governo arrecada mais.

Mas parte igualmente significativa do avanço arrecadatório está diretamente ligada a outro fator de importância.  O crescimento da economia propriamente dito. No boletim diário do Depec – Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos, o Bradesco diz  que a “arrecadação de impostos elevada reforça sinais de resiliência da atividade econômica e da inflação no curto prazo.” E há motivos para relativo otimismo na observação dos pormenores do cenário. A recuperação econômica de que falam os analistas, aparece em dados mais concretos quando observado, por exemplo, o mercado de trabalho. “É fruto da melhora do emprego, tanto por conta da reabertura da economia como da reforma trabalhista, que tem ajudado o emprego formal”, analisa o Economista chefe do Bradesco, Fernando Honorato. Não por acaso, o banco revisou para cima suas projeções para o crescimento do PIB – Produto Interno Bruto – agora em 2022. De alta de 0,5% em janeiro, para 1,5% de crescimento previstos agora.

Surpresa

Ainda que a arrecadação venha batendo recordes mensais desde meados do ano passado, a surpresa do desempenho da economia é confirmada por economistas. Os números percorrem um roteiro de crescimento “robusto”. E em alguma medida isso reflete o fato de que a atividade tem girado acima do esperado. Alexandre Bassoli, economista chefe da Apex Capital, analisa: ” Houve um movimento forte de aumento de mobilidade e reabertura da economia à medida que a fase mais crítica da economia ficava para trás”, diz ele.

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