‘Quanto mais o STF sufoca o debate sobre as urnas, mais desconfiados ficamos’, diz Ana Paula

Partidos de oposição recorrem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra as declarações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) durante reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada. Nesta terça-feira, 19, o PDT  entrou com uma ação na Corte Eleitoral pedindo que sejam excluídos os vídeos do encontro, onde o chefe do Executivo faz ataques às urnas eletrônicas e o sistema eleitoral. O partido pede que o Facebook e Instagram retirem as publicações do perfil oficial do chefe do Executivo e que as plataformas, assim como o Partido Liberal e o presidente sejam multados por divulgação de propaganda antecipada. Nesse mesmo sentido, a Rede Sustentabilidade também deve entrar com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral contra Bolsonaro, pedindo a condenação e multa do presidente e do Partido pelas falas contra o sistema eleitoral e propaganda antecipada. “Não haverá trégua à escalada fascista e autoritária de Jair Bolsonaro”, disse o senador  Randolfe Rodrigues (Rede) em uma publicação.

Durante sua participação no programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, a comentarista Ana Paula Henkel comentou sobre as declarações do presidente de risco de fraude nas eleições. Segundo ela, outros políticos e atuais pré-candidatos à República, como Ciro Gomes, Lula e Simone Tebet, também já defenderam o voto impresso e questionaram o sistema eleitoral. “A pergunta é o que mudou? Por que essa oposição inútil, imatura, histérica e de mão dadas com o STF, mudou de 2015 para cá? Quando Simone disse ‘será que o meu voto depois de depositado se concretiza’. Será que é uma pauta única, exclusivamente, do presidente Jair Bolsonaro que está dando voz às ruas ou era uma desconfiança mais ou menos geral do nosso cenário? Essas perguntas ficam cada dia mais difíceis de serem respondidas, porque parece que houve uma mudança muito grande. Quanto mais o Supremo, essa composição, insiste em sufocar o debate legítimo sobre a transparência das urnas, mais desconfiados ficamos”, questionou a analista. Em fala com os embaixadores na segunda, o presidente mencionou, entre outras coisas, que “hackers ficaram por oito meses dentro do TSE e eles poderiam alterar nomes de candidatos e transferir votos de um para transferir a outros”, o que foi rebatido pela Corte Eleitoral.

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