Secretária LGBTQIA+ diz que a primeira ação será implementar o ‘Bolsa-Travesti’, hoje o valor é de R$ 1,386, maior que o salário mínimo

A atual secretária Nacional de Promoção de Defesa das Pessoas LGBTQIA+Symmy Larrat, ativista, jornalista e paraense é a primeira travesti a ocupar o segundo escalão do Governo Federal. Antes, foi coordenadora-geral de Promoção dos Direitos LGBT no governo de Dilma Rousseff (PT).

Em entrevista a Agência Pública a secretária considera urgente “reconstruir políticas públicas para pessoas LGBTI+, que foram abandonadas”. Ela pretende implementar, em nível nacional, o programa transcidadania, que coordenou em São Paulo, durante a gestão de Fernando Haddad (PT). A iniciativa promove a reintegração de pessoas transgêneras, com bolsas para travestis, transexuais e transgêneros.

Outra emergencialidade, segundo Symmy é fazer valer as conquistas que os travestis tiveram no Supremo Tribunal Federal (STF). “Eu tô falando da criminalização da homotransfobia. A gente precisa entregar as normativas para que isso aconteça de fato na ponta” diz, se referindo às barreiras para a aprovação de uma lei que criminalize a homofobia, equiparada ao crime de racismo, desde de 2019, por decisão do STF.

O programa Transcidadania, coordenado por Symmy na capital paulista, a partir de 2015, na gestão do então prefeito Fernando Haddad, é pautado na transferência de renda e na oferta de uma bolsa para investimento na educação e qualificação profissional. Atualmente, o valor da bolsa-auxílio oferecida pelo programa, que foi mantido pela prefeitura de São Paulo, é de R$ 1,38

Ao ser perguntada pela repórter da Agência Publica se pretende implementar esse programa em nível nacional, ela respondeu:

“Com toda certeza é uma das primeiras coisas que vou querer fazer. Mas não basta pegar o formato do Transcidadania e universalizar. As negociações desde 2015 mostraram que os outros estados não conseguiram fazer da mesma forma, porque cada lugar tem as suas particularidades. Então, a gente sabe que não é um modelo que pode ser importado no mesmo formato. Mas a estruturação do transcidadania, nas bases do transcidadania, possui uma fórmula que precisa ser replicada nacionalmente. Não só para população trans, mas para população LGBTQIA+ como um todo e para a juventude negra. Um formato que cabe a transgeneridade, consegue abrigar todas as interseccionalidades.” Completou.

Fonte: Agência Pública 

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