Após conduzir ações que tornaram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível, a Corregedoria-Geral da Justiça Eleitoral (CGE) troca de comando nesta terça-feira (21), com a posse do ministro Raul Araújo. Ele substitui Benedito Gonçalves, algoz do bolsonarismo na ações já julgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A mudança traz esperança a apoiadores do ex-presidente, porque Raul Araújo assume sete ações remanescentes da disputa eleitoral de 2022, que podem reforçar a inelegibilidade de Bolsonaro; e outras três que miram os direitos políticos e o mandato de seu rival, o presidente Lula (PT).
Além disso, Raul Araújo já se posicionou em diversos processos de forma favorável a Jair Bolsonaro. O último exemplo foi quando contrariou o então titular da Corregedoria, votando pela absolvição do ex-presidente em julgamentos que o condenaram por abuso de poder durante o ano eleitoral de 2022, nas ações sobre o encontro com embaixadores no Palácio da Alvorada e o uso político da celebração dos 200 anos da Independência do Brasil.
Raul Araújo também ganhou a simpatia do bolsonarismo, quando decidiu, a pedido do PL de Bolsonaro, censurar manifestações políticas favoráveis a Lula, durante o festival Lollapalooza, no ano passado.
O ministro tomou posse como titular do TSE em 6 de setembro de 2022, mas já atuava como substituto desde 2020.
A sessão de hoje do TSE também empossa a ministra Isabel Gallotti como titular da cúpula da Justiça Eleitoral do Brasil. Integrante do Superior Tribunal de Justiça (STJ) desde 2010, a ministra já atuava como substituta na Corte Eleitoral desde 20 de setembro de 2022.