Após embate com líderes do governo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) assumirá a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), optou por não intervir na escolha do Partido Liberal (PL), que detém a maior bancada na Câmara dos Deputados.
De acordo com o regimento interno, as maiores bancadas têm a prerrogativa de decidir sobre a composição das comissões parlamentares. O PL já deixou claro que não abrirá mão da indicação de Eduardo Bolsonaro. A expectativa é de que o anúncio oficial seja feito por Hugo Motta nesta quinta-feira (13), quando ele definirá os responsáveis pelas comissões permanentes.
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), tentou bloquear a indicação, chegando a propor que o partido renunciasse a outras comissões federais, mas sem sucesso. Diante disso, a oposição pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que determinasse a apreensão do passaporte de Eduardo Bolsonaro.
O PT argumenta que a Comissão de Relações Exteriores será usada em benefício de Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Além disso, ministros do Supremo Tribunal Federal alertaram os líderes do Congresso sobre possíveis consequências da indicação. O entendimento é de que a relação de Eduardo Bolsonaro com forças políticas dos Estados Unidos pode impactar os trabalhos da Comissão e gerar reflexos no STF, que está julgando o inquérito sobre o suposto golpe de Estado.