A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) implantou o primeiro Núcleo de Observação e Análise Digital (Noad) para combater crimes virtuais contra crianças e adolescentes, como estupros virtuais e a comercialização de pornografia infantil.
Criado pela resolução 67/2024, o núcleo funciona 24 horas por dia com policiais civis, militares e peritos, que atuam infiltrados em comunidades online para identificar e interromper práticas criminosas. Eles são denominados “observadores digitais”
Segundo o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, a iniciativa reforça a necessidade de tratar esses crimes como casos de polícia.
“Viramos a chave quando analisamos o problema com uma lupa e percebemos que é, sim, caso de polícia. São criminosos que se infiltram na internet para cometer crimes graves. Precisamos estar ao lado dos pais e combater isso juntos”, disse o secretário.
Os agentes monitoram redes sociais e, ao identificar ações criminosas, acionam outros departamentos policiais para intervenção.
Desde sua criação, o Noad impediu mais de 80 estupros virtuais promovidos por criminosos que exploram a vulnerabilidade das vítimas e lucram com a venda de conteúdos ilícitos.
As investigações já resultaram na Operação Nix, realizada no final do ano passado, que cumpriu mandados em São Paulo, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e no Distrito Federal, levando à apreensão de suspeitos e bloqueio de contas usadas para movimentar dinheiro ilegal.
A delegada coordenadora do núcleo, Lisandréa Salvariego, destaca a importância da conscientização dos pais sobre os riscos da internet, incentivando o diálogo e a supervisão do uso das redes sociais pelos filhos.
“É uma rede criminosa que busca notoriedade nas redes sociais perpetuando os abusos. Eles também lucram com a venda de pornografia infantil. E, na grande maioria das vezes, os envolvidos se aproveitam da vulnerabilidade de crianças e adolescentes e da omissão dos responsáveis”, declarou.