Lula aposta na viagem ao Japão para levar o presidente da Câmara, Hugo Motta (Rep-PB), no papo e garantir aprovação da “reforma do Imposto de Renda”, na tentativa de reverter a queda de popularidade. Na avaliação do Planalto, Motta já aderiu a Lula. Mais: devem voltar do Japão “amigos desde criancinhas”, após 24 horas, só na ida, “abrindo o coração” para o presidente. Cabe ao deputado determinar a tramitação na Câmara, inclusive dispensando o parecer de comissões temáticas.
No cenário mais lento, o texto pode passar por Economia; Constituição e Justiça; Trabalho; Indústria Comércio e Serviço; e Finanças e Tributação.
Das cinco comissões, o governo só conseguiu emplacar aliados em duas: Trabalho e Finanças. A oposição dominou todo o restante.
Na oposição, não há movimentação para barrar o texto, pelo contrário, há articulação para subir a isenção para até R$10 mil.
Na negociação deve ir Fernando Haddad (Fazenda). A briguenta Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) é tida como bola nas costas.
Feriadão é maior do que o Carnaval (Foto: Tomaz Silva/ABr)
Só no Brasil: Rio terá ‘esticadão’ de 6 dias em abril
O Rio de Janeiro se prepara para desfrutar um dos maiores feriadões dos últimos anos: serão inacreditáveis seis dias sem trabalho para cariocas e fluminenses dentro de menos de um mês. A folga começará na Sexta-Feira Santa (18 de abril) e se arrasta até São Jorge (23 de abril). Em duração, será um feriadão maior até que o próprio Carnaval, maior festa popular do País. A expectativa é que tanto quanto as escolas de samba e blocos de rua, também o feriadão de seis dias atraia turistas.
A Sexta-Feira Santa é um dos 12 feriados nacionais e Dia São Jorge, padroeiro do RJ, é feriado estadual. Entre eles, um belo fim de semana.
Brasil tem muitos feriados, mas a Colômbia é imbatível, com 18 e Argentina e Chile com 15 dias de vagabundagem nacional todos os anos.
Além dos 12 feriados anuais, 13 em ano eleitoral, os brasileiros têm 692 datas comemorativas, que, aqui e ali, acabam virando feriados também.
Poder sem Pudor
Candidato sem-vergonha
Político no Rio Grande do Sul, Nelson Jobim foi em 1988 a um comício do candidato do PMDB à prefeitura de Tupanciretã. Na região, os candidatos visitavam os palanques dos adversários, dando um tom civilizado às campanhas. Naquele comício, Jobim percebeu a presença no palanque de dr. Marcel, candidato do PDS local, e resolveu refletir sobre aquele gesto: “Por que será que o dr. Marcel está no nosso comício?…” Fez-se silêncio. Sempre com ar reflexivo, Jobim repetiu, pausadamente, mas com eloquência: “Por que será que o dr. Marcel está no nosso comício?!…” Quando se preparava para responder à própria pergunta, ouviu os gritos de um bêbado, sempre aparece um bêbado nessas horas, gritando do meio do povo: “Ora, porque é sem-vergonha, tchê!”
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal reservou três sessões, por dois dias, para decidir o que já está decidido: tornar réus por suposta tentativa de golpe o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados.
Rodrigo Valadares (União-SE) disse que vai convocar o ministro Ricardo Lewandowski para que explique fala depreciando o trabalho da polícia, “Colocar a culpa nos policiais é muita covardia”, avaliou o deputado.
Não demorou para que a briguenta Gleisi Hoffmann, agora ministra da articulação política, arrumasse confusão com o PSD. Fala de Gleisi chamando Gilberto Kassab de “injusto com Lula”, irritou o partido.
Líder da Oposição, o deputado Zucco (PL-RS) acionou o Tribunal de Contas da União para investigar a contratação sem licitação e por meio bilhão de reais de uma ONG espanhola para “infraestrutura” na Cop30.
Frase do dia
“Para ser viável, Caiado precisa do apoio de Bolsonaro”
Senador Ciro Nogueira (PP-PI) dimensionando o capital político do ex-presidente
Politizaram a ignorância
Viraliza vídeo em que a ministra do Trabalho da Espanha, Yolanda Dias, critica propostas da esquerda “woke” tipo “Matemáticas socioemocionais com perspectivas de gênero”, como se dois mais dois não fossem quatro. “Nunca se havia politizado a ignorância como agora”, disse sob aplausos.
“O governo Lula é muita afronta para quem precisa trabalhar para viver”, critica o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) após revelada mais uma viagem internacional de Janja. Por conta do pagador de impostos, claro.
Já tem gente achando que Lula vai mexer no governo quando voltar do Japão. Há 18 meses ele ameaça “reformar” o ministério, mas desta vez fará demorada viagem com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Rep-PB), e Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), adoradores de boquinhas.
O senador Ciro Nogueira (PP-PI) ironizou Fernando Haddad (Fazenda) por culpar o ex-diretor do Banco Central Roberto Campos Neto pela alta da Selic: “E o ovo? A culpa é de galinhas bolsonaristas?”.
…reforma na Esplanada, nem estética.