Dois dos investidores mais bem sucedidos do Brasil têm uma preferência em comum no momento de escolher negócios para investir: gostam de empresas que tenham um dono.
Alex Behring, sócio da 3G Capital, e Florian Bartunek, sócio-fundador da gestora Constellation, defenderam que só o dono ou um líder forte encontram espaço para tomar risco em decisões estratégicas de longo prazo.
Os dois gestores participaram do painel “Investimentos e Carreiras” durante a Brazil Conference, evento anual promovido pelos estudantes de Harvard e MIT em Cambridge, nos Estados Unidos.
“É muito importante que as empresas tenham um dono, um acionista de referência de longo prazo ou alguém na liderança com comportamento de dono e visão longo prazo. O mercado vai olhar para o trimestre, para o semestre. Mas muitas decisões são de longo prazo”, disse Behring.
O executivo é sócio-diretor e cofundador da 3G Capital com Jorge Paulo Lemann, terceiro homem mais rico do Brasil.
A mesma receita é seguida por Bartunek. “A vantagem do dono é que ele toma decisão e toma risco”, resume o fundador da gestora Constellation.
“Numa corporation (empresa sem acionista principal), é muito mais difícil tomar risco. O Amazon Prime, por exemplo, só existe porque Jeff Bezos quis e ele decidiu tomar o risco. Se a Amazon fosse uma corporation, não teria”, disse. “Por isso, a gente adora empresa de dono”.
Alex Behring participou de um painel moderado por Henrique Esteves, filho do banqueiro André Esteves. O jovem é estudante em Harvard. No debate, o executivo foi questionado sobre investimentos da empresa que tem junto com Lemann – entre eles, o Burger King.
“Procuramos bons negócios para aquisições com valor justo. Isso normalmente acontece em momentos em que a empresa tem algum problema. E a nossa percepção era que o Burger King era uma marca muito maior que a empresa”, explicou. “Lá, a gente precisava melhorar a empresa. É algo mais fácil do que crescer uma marca”, completou.
O executivo explicou que os sócios decidiram investir no Burger King por entender que “caberiam muito mais Burger Kings do que existiam em um monte de lugar. Essa era a oportunidade”. O 3G Capital é o maior investidor individual na controladora do Burger King no mundo.
“No Brasil, eram 25 restaurantes em 2010. No começo, era só despesa e perda de capital. Agora, temos 1.000 lojas. Na China, são 1.500 restaurantes. Na Rússia, outros 1.000. Essa é uma visão de longo prazo para desenvolver no longo prazo”.
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CNN Brasil