O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), disse que ligou para o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), minutos antes de protocolar o requerimento de urgência para o projeto de lei para anistiar envolvidos nos ataques do 8 de Janeiro.
Hugo Motta está em viagem particular fora do país e só retorna após o feriado de Páscoa. O vice-presidente, Altineu Côrtes (PL-RJ), está no comando da Câmara neste período.
À CNN, Sóstenes disse que protocolou a urgência porque, ao monitorar a lista, observou que havia deputados retirando assinaturas.
“Fiquei monitorando a lista. Além disso, deputados me ligaram para avisar que foram cobrados pelo governo. Então entendi que o governo poderia fazer os deputados tirarem a assinatura, fazendo chantagem. Por isso protocolei”, afirmou.
O líder do PL disse que passou o fim de semana estudando regimento para garantir que, após protocolada, a urgência só poderia ser retirada se mais da metade dos deputados desistisse de apoiar o pedido.
“Eu dei um xeque-mate dentro do regimento. Duvido o governo conseguir tirar 133 assinaturas”, disse.
Sóstenes, porém, afirmou que fez questão de relatar tudo a Hugo Motta antes de protocolar.
“Seria indelicado de minha parte não avisar Hugo. Expliquei que gostaria de esperar ele voltar de viagem, mas que o governo estava jogando pesado”, comentou.
O líder negou que protocolou o pedido de urgência para aproveitar a presidência de Altineu Côrtes, enquanto Hugo Motta está fora do país. “Jamais faria isso. Hugo é nosso aliado. Não somos adversários”, afirmou.
Questionado sobre o fato de haver mais de 2 mil projetos com requerimentos de urgência, Sóstenes disse que está na hora de Hugo Motta atender à direita.
“Semana passada, a Câmara aprovou o regime de urgência de quatro propostas do judiciário. Antes do Carnaval, aprovamos a urgência para o projeto que criou o Dia do Axé Music. Agora está na hora de Hugo atender a direita, os seus primeiros aliados para ele chegar à Presidência”, disse.
CNN Brasil