Nadine Heredia, esposa do ex-presidente peruano Ollanta Humala, deixou Lima, no Peru, na madrugada desta quarta-feira (16) com destino ao Brasil, que lhe concedeu asilo após ter sido condenada a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro por receber repasses da Odebrecht, segundo informou a imprensa local.
Segundo a emissora de rádio RPP, Heredia deixou a embaixada do Brasil em Lima por volta das 2h (horário local, 4h de Brasília), com destino a uma base militar anexa ao aeroporto da capital peruana, onde a aguardava um avião da Força Aérea Brasileira.
De lá, partiu algumas horas depois com o filho, segundo a emissora de televisão Canal N, com destino a Brasília, graças a um salvo-conduto fornecido pelo governo peruano e ao asilo que ambos receberam do governo brasileiro.
Heredia se dirigiu à embaixada do Brasil em Lima enquanto um tribunal lia a sentença – ainda passível de apelação – de 15 anos de prisão para ela e seu marido por lavagem de dinheiro do governo venezuelano e da construtora brasileira Odebrecht em suas campanhas eleitorais de 2006 e 2011.
Após o anúncio da decisão do tribunal, a Polícia Nacional prendeu Humala e o levou para a prisão de Barbadillo, onde também estão detidos os ex-presidentes peruanos Alejandro Toledo e Pedro Castillo.
Posteriormente, a embaixada do Brasil no Peru informou à chancelaria peruana que, em conformidade com a Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954, decidiu conceder asilo diplomático a Heredia e seu filho mais novo, Samir Humala.
Por sua parte, a chancelaria peruana relatou à missão diplomática que Heredia foi condenada na terça-feira em um tribunal a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro.
Mesmo assim, o governo brasileiro solicitou a saída dos asilados, invocando os artigos V e XII da mencionada convenção, que estabelecem que o Estado asilante poderá solicitar a saída do asilado para território estrangeiro e o Estado territorial está obrigado a dar imediatamente, exceto em casos de força maior, as garantias necessárias e o correspondente salvo-conduto.
Diante dessa situação, o Peru concedeu a Heredia um salvo-conduto, graças ao qual partiu para o Brasil ao amanhecer.
Humala, que governou entre julho de 2011 e julho de 2016, foi condenado na terça-feira a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro. A Justiça peruana determinou que ele havia recebido contribuições ilícitas do ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez e da Odebrecht para financiar suas campanhas eleitorais em 2006 e 2011.
Heredia também foi considerada culpada do mesmo crime e recebeu uma sentença de 15 anos de prisão por dirigir essas campanhas eleitorais.
*EFE
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