DUBAI – A missão empresarial que participou da Lide Brazil Emirates Conference encerra hoje sua viagem aos Emirados Árabes com grandes promessas de negócios. A ideia dos árabes é que os brasileiros montem suas bases por lá e promovam parcerias, numa via de duas mãos. São US$ 1,3 trilhão em recursos sob gestão dos fundos soberanos dos Emirados e muitas empresas interessadas. Da parte brasileira, a Ambipar, por exemplo, uma empresa que já está em 41 países no ramo da sustentabilidade, se prepara fechar em breve um contrato de gestão de resíduos e outro de emergência climática em Dubai e Abu Dhabi, a capital do país.

A Vale trabalha na mesma direção de ampliar sua operação por lá. A mineradora planeja retirar nos Emirados, mediante um processo industrial, o carbono do minério de ferro que exporta para a Ásia. Assim, tendo os Emirados como entreposto de beneficiamento de seu produto, a Vale chegaria à Ásia com um metal mais “limpo”, conforme explicam seus técnicos.

Ontem, os empresários tiveram uma apresentação do que os gestores dos fundos de investimentos desejam. Mohammad Al Kamal, diretor de comércio e indústria do Abu Dhabi Investiment Oficce (Adio), explicou que o país está de braços abertos para receber as empresas brasileiras, há uma vontade de ampliar a troca entre empresas dos dois países. E, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, taxando o mundo, oportunidades de negócios vão surgir. “A janela de oportunidades está aberta e uma delas é a daqui, dos Emirados Árabes. Aqui já se demonstrou oportunidades para exportações brasileiras e soluções ambientais e energéticas, dentre outros”, afirma o ex-governador de São Paulo João Doria, fundador do Lide. Ele citou como exemplo dessa parceria o invesmento do Mubadala, um dos grandes fundos soberanos dos Emirados, com US$ 300 bilhões em gestão, em óleo de palma, na Bahia, e em infraestrutura, como o metrô do Rio de Janeiro.

China em movimento

Nos bastidores da reunião em Abu Dhabi, o empresariado calculava o que pode vir pela frente, diante do lançamento, pela China, de um sistema de pagamentos para rivalizar com o Swift (Society for Worldwide interbank Financial Telecommunication), o modo pelo qual o mundo negocia com segurança. A aposta é a de que o controle do dinheiro, que hoje é feito por esse sistema americano, terá um concorrente de peso no sistema de pagamentos global. Muitos se refeririam ao novo sistema chinês como um PIX mundial.

*A colunista viajou a convite do Lide

 

Correio Braziliense

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