O palestino deslocado Raed Asaliya lamentou a perda de seu filho Ghassan, de 32 anos, que foi morto junto da esposa e os cinco filhos em um novo ataque israelense que atingiu a tenda onde eles se abrigavam, segundo socorristas.
Asaliya e o filho haviam montado barracas em Jabalia, depois que sua casa foi destruída durante a guerra.
“Sete pessoas, nenhuma delas sobrou. Ele, sua esposa e seus cinco filhos foram apagados do registro civil”, disse Asaliya, de 56 anos, antes de nomear seus netos um por um.
“À 1h20, o ataque aconteceu. Eu acordei em um pulo, olhei (ao redor) e corri para fora da minha tenda, em direção à tenda do meu filho. Encontrei-o morto, junto com seus filhos e esposa, despedaçados. Não havia nenhum vestígio deles (…) Jomlat tinha 14 anos, Rahaf 12 anos… Israa tinha 13 anos, Raed 10 anos e Wafi 2 anos. Por que o atacaram? Por que atacaram seus filhos? Eu não sei.”
Israel iniciou a guerra em Gaza em resposta ao ataque do Hamas ao sul do país em outubro de 2023, que matou 1.200 pessoas e fez 251 reféns, segundo dados israelenses.
Atualmente, de acordo com autoridades de saúde locais, a campanha militar de Israel já matou mais de 51.000 palestinos em Gaza, e deixou a maior parte do território costeiro em ruínas e quase toda a sua população desabrigada.
O exército israelense afirmou que o bombardeio é necessário para esmagar o Hamas e acusou o grupo de se esconder entre a população palestina.
Em seu relato, Asaliya pediu pelo fim dos ataques, além de afirmar que a região está carente de comida e água:
“Peço aos países árabes e aos povos árabes que tomem providências. Estamos sendo massacrados. Não há comida, nem água. Massacres estão acontecendo, um ao lado do outro. Meu irmão ali [gesticulando com a mão], talvez no ano passado, no mesmo lugar, na casa dele — 11 mártires. Eles o espancaram, a esposa e os filhos. Meu filho aqui, meu irmão ali — 11 mártires.”
CNN Brasil
