Um levantamento feito pelo Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), da FGV (Fundação Getúlio Vargas), revelou os itens que mais encareceram nas últimas Páscoas aqui no Brasil.
O destaque vai para os ovos de galinha, com alta de 19% na comparação entre o feriado do ano passado e deste ano, azeite e azeitonas, com alta de 10%, bombons e chocolates, subindo quase 13% e suco de frutas com disparada de 14,5%.
Entre os peixes, o bacalhau teve alta de 9,7%, o atum, com quase 8% de elevação e a sardinha em conserva, que está 6% mais cara.
No caso do ovo de chocolate, as turbulências no mercado de cacau impactaram significativamente o preço. Em média, a alta dos ovos de chocolate foi de 9%.
“O que levou a essa alta generalizada do cacau? Problemas climáticos e também teve a incidência de doenças nas lavouras de cacau lá na África Ocidental. E essa região é a maior produtora de cacau do mundo, quase 65% da commodity que é consumida globalmente vem de lá. Então, se você tem uma quebra na cadeia de produção, uma quebra na oferta, consequentemente, um aumento nos preços”, afirmou à CNN Thainá Rambaldo, analista econômico.
“Claro também que esse encarecimento da matéria-prima impacta diretamente no custo do chocolate e de tudo que é derivado do cacau. Tem também um outro fator que, em datas comemorativas como a Páscoa, entra em cena o que a gente chama de valor percebido, que é aquele apelo emocional que aumenta o quanto o consumidor está disposto a pagar por um produto. O ovo de Páscoa, por exemplo, tem também o preço mais elevado porque ele carrega um significado simbólico”, completou ela à CNN.
A pesquisa mostra que o tamanho dos ovos impacta na variação de preço, de modo que os menores, de até 100 gramas, ficaram ainda mais caros, com alta média de 23%. Já os ovos de até meio quilo oscilaram apenas 1% no preço.
“Parte dessa alta pode ser atribuída a uma questão de mudança de comportamento do consumidor, que tem o orçamento cada vez mais restrito com o aperto do poder de compra. Isso faz com que ele tenha que limitar as compras dele, porque o orçamento acaba ficando menor”, explica o economista do IBRE, Matheus Dias.
Quando olhamos para a alta acumulada em três anos na cesta da Páscoa, alguns alimentos chamam ainda mais atenção. O azeite, por exemplo, disparou 74%, os ovos de galinha, 51%, o arroz, 33% e o atum, 30%. A batata inglesa, por outro lado, teve uma queda de quase 19% e a cebola caiu 6,6%.
A valorização dos itens e o cenário econômico interferem nas decisões dos brasileiros. Em outro levantamento ainda sobre a Páscoa, o IBRE descobriu que metade das pessoas (49,4%) pretende gastar menos neste ano do que no ano passado. Outros 44,9% devem manter o gasto e apenas 5,7% querem investir mais nos itens típicos e presentes.
“No início desse ano, as expectativas dos consumidores se deterioraram. Isso porque os consumidores estão mais pessimistas com relação à inflação geral de preços, seguida pela inflação de alimentos, a incertezas relacionadas à política econômica e também a elevada taxa de juros. Quando a gente olha pelas faixas de renda, nós percebemos que as faixas de renda menores têm um maior pessimismo, muito motivado por questões de endividamento pessoal”, explica a economista do IBRE, Anna Carolina Gouveia.
Veja abaixo a inflação da cesta de Páscoa na comparação 2024 x 2025:
Ovos de Páscoa ficam 9,5% mais caros neste ano, diz pesquisa
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CNN Brasil