As declarações do papa Francisco, que morreu nesta segunda-feira (21), condenando guerras, injustiças e pedindo por paz, foram marcantes durante seu período como pontífice.
Considerado por muitos como progressista, Francisco falava sobre temas sensíveis para a Igreja Católica como a união homoafetiva, criticava violência e líderes mundiais, ainda que indiretamente.
Em 2013, poucos meses após assumir o papado, Francisco fez sua primeira viagem internacional vindo ao Brasil, para a Jornada Mundial da Juventude.
Durante uma entrevista com jornalistas brasileiros, o papa respondeu a perguntas sobre pessoas lamentarem a nacionalidade do novo pontífice.
“Vocês já têm um Deus brasileiro, queriam um papa brasileiro também?”
“Não devemos nos surpreender com seus números, mas sim vê-los como pessoas, vendo seus rostos e ouvindo suas histórias”, disse ele ao Congresso dos EUA, durante visita em setembro de 2015.
“É hipocrisia se dizer cristão e expulsar um refugiado ou alguém que busca ajuda, alguém que está com fome ou sede, expulsar alguém que precisa da minha ajuda”,
“Se uma pessoa é gay, busca a Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?”
Questionado sobre o que considerava a coisa mais importante que as pessoas LGBTQIA+ deveriam saber sobre Deus, o papa respondeu em uma carta datada de maio de 2022: “Deus é Pai e não repudia nenhum de seus filhos. E ‘o estilo’ de Deus é ‘proximidade, misericórdia e ternura’”.
“Hostilidade, extremismo e violência não nascem de um coração religioso: são traições à religião”, disse ele durante uma visita a Ur, Iraque, em março de 2021.
“Na Ucrânia, rios de sangue e lágrimas estão fluindo. Esta não é apenas uma operação militar, mas uma guerra que semeia morte, destruição e miséria”,
“O liberalismo (econômico) desenfreado apenas torna os fortes mais fortes e os fracos mais fracos, e exclui os mais excluídos”
“É cada vez mais intolerável que os mercados financeiros estejam moldando o destino das pessoas em vez de atender às suas necessidades, ou que poucos obtenham imensa riqueza com a especulação financeira, enquanto muitos são profundamente sobrecarregados pelas consequências”, disse ele em outra oportunidade durante um seminário sobre investimentos éticos no Vaticano em junho de 2014.
“É legítimo, é correto, eliminar uma vida humana para resolver um problema? É uma vida humana — isso é ciência. A questão moral é se é correto tirar uma vida humana para resolver um problema. De fato, é correto contratar um assassino de aluguel para resolver um problema?”, pontífice levantou o questionamento à Reuters em julho de 2022.
“Alguns pensam, desculpem-me se uso a palavra, que para sermos bons católicos, temos que ser como coelhos, mas não”,
“Sinto-me compelido a assumir pessoalmente todo o mal que alguns padres — em número bastante reduzido, (embora) obviamente não comparado ao número total de padres — cometem para pedir perdão pessoalmente pelos danos que causaram por terem abusado sexualmente de crianças”, falou ele em comentários improvisados ao International Catholic Child Bureau em 11 de abril de 2014.
“Temos que lutar contra cada caso… Como padre, tenho que ajudar as pessoas a crescer e salvá-las. Se eu abusar, eu as mato. Isso é terrível. Tolerância zero”,
*Com informações da Reuters
CNN Brasil