O processo para a escolha de um novo papa, o líder da Igreja Católica, é secular e inclui uma reunião fechada dos cardeais, que fazem parte da alta cúpula do Vaticano.
A assembleia é chamada de conclave e acontece na Capela Sistina, dentro do Palácio Apostólico, famosa pelas pinturas do artista Michelangelo.
Porém, nem todos podem se tornar um pontífice.
Tecnicamente, qualquer homem católico romano pode ser eleito papa.
O especialista em Vaticano da CNN, John Allen, explica que qualquer pessoa que é elegível para ordenação ao sacerdócio católico – portanto, um homem solteiro poderia ser eleito papa.
Porém, desde 1379, o papa sempre é eleito dentro do Colégio de Cardeais, o grupo que emite os votos no conclave, restrito também àqueles com menos de 80 anos.
Os cardeais são bispos e arcebispos nomeados pelo papa para auxiliar em questões religiosas.
Alguns trabalham no Vaticano, mas a maioria está espalhada pelo mundo administrando dioceses ou arquidioceses.
Quando chega a hora do conclave, todo cardeal com menos de 80 anos viaja para Roma para participar da reunião, pois o voto é presencial.
Uma vez no conclave, os cardeais não podem sair até que o processo seja concluído. Também não estão autorizados a falar com ninguém de fora da reunião.
Após as cédulas serem distribuídas, os cardeais escrevem o nome de um candidato e o dobram.
Então, um por um, em ordem de idade do mais velho para o mais novo, eles se aproximam de um altar e colocam cerimoniosamente suas cédulas em um cálice.
A votação é secreta, mas as cédulas são contadas para todos os presentes no conclave.
Um cardeal precisa de dois terços dos votos para ascender ao papado.
Segundo um documento do Vaticano sobre os procedimentos do conclave, o primeiro dia é reservado para missas e orações. Caso elas sejam finalizadas pela tarde, já pode ser realizada uma votação neste dia.
Se nenhum cardeal receber o número de votos necessário para ser eleito papa, serão feitas até quatro votações por dia nos dias seguintes — duas pela manhã e duas à tarde.
O processo pode se repetir até o terceiro dia de conclave. Se ao final dele ainda não houver uma definição, o quarto dia será reservado para uma pausa para oração e discussão.
Na sequência, o processo pode continuar por mais sete rodadas de votação, da mesma maneira que no início do conclave. Depois disso, há outra pausa para orações e, na sequência, as votações são retomadas de novo.
Entretanto, dos últimos 11 conclaves realizados, nenhum durou mais do que quatro dias, de acordo com a diocese de Providence, Rhode Island, dos Estados Unidos.
O “vencedor” do conclave deve aceitar a decisão para que o resultado se torne válido.
Uma vez que o escolhido aceite, o cardeal mais velho pede que ele escolha um nome papal.
Os votos dos cardeais sempre são queimados após a votação.
Se um papa não foi escolhido, os votos são incendiados junto com um produto químico que faz a fumaça se tornar preta. Caso haja um novo papa, não é adicionado nenhuma substância, mantendo a fumaça branca.
Tradicionalmente, cerca de 30 a 60 minutos após a fumaça branca, o novo papa aparecerá na sacada com vista para a Praça de São Pedro.
Então, ele é anunciado pelo cardeal mais velho, que também informa seu nome papal.
O que é preciso para se tornar um papa na Igreja Católica?
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CNN Brasil
