Chefes do Legislativo e do Judiciário lamentaram a morte do papa Francisco. Entre as declarações sobre a importância do legado do pontífice, os políticos enfatizaram a capacidade do líder da Igreja Católica de trazer luz a um mundo repleto de injustiças.
O presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), declarou luto oficial de sete dias no Legislativo. Em Brasília, nesta segunda-feira, já era possível ver as bandeiras do país a meio mastro em frente ao Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).
“A morte de Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, representa uma perda inestimável para todos os que reconhecem a importância do diálogo, da fraternidade e da promoção da paz entre os povos”, escreveu Davi Alcolumbre no ato que declarou luto oficial. Em nota, escreveu também que recebeu a notícia com “profunda tristeza” e disse expressar a “mais profunda admiração e respeito pela vida e obra do papa”.
Alcolumbre relembrou quando, em 2019, assistiu a uma missa celebrada pelo pontífice. “Essa experiência me deixou uma marca profunda. Sua presença, sua palavra e sua bênção ficarão para sempre em minha memória. Papa Francisco foi um líder espiritual de grande coragem, que pregou o respeito, o perdão e a caridade”, disse o presidente do Senado. “Sua luta e seu serviço aos mais necessitados em todos os cantos do planeta inspiraram milhões de pessoas. Que sua herança espiritual permaneça como seu maior legado e que o amor que tanto pregou influencie o mundo a trabalhar pela justiça, pela paz e respeito entre os povos.”
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), destacou os avanços que Francisco trouxe para a modernização da Igreja Católica e a importância de ter sido o primeiro papa latino-americano. “Poucos líderes foram tão marcantes para mim como Jorge Mario Bergoglio. Papa Francisco foi o primeiro jesuíta e o primeiro latino a ocupar o posto mais alto da igreja. Porém, para mim, o que mais marcou sua passagem foram as transformações que ele promoveu. Francisco foi o símbolo do diálogo, do acolhimento, da compreensão e, principalmente, da inclusão”, afirmou Motta.
Ele também disse que o pontífice foi o responsável por trazer a Igreja Católica para o século 21. Francisco colecionou críticas de alas mais conservadoras da Igreja por defender os direitos de minorias e por ter perfil mais progressista do que seus antecessores.
“Foi o papa que abriu a igreja e a colocou no século 21. Um líder que ficará na história pela força dos seus gestos. Eu e minha família seguiremos em oração por este líder que foi símbolo de esperança e justiça”, continuou Motta.
No Judiciário, a notícia da morte também reverberou. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, publicou uma foto segurando a mão do papa durante um encontro em 2023 no Vaticano. O ministro disse que, em tempos de “escuridão”, o pontífice foi uma “luz iluminando a humanidade”. O magistrado também afirmou que Francisco será lembrado como “um dos maiores” em seu cargo.
“A espiritualidade verdadeira é a expressão do bem, do amor e da paz, com sabedoria, tolerância e compaixão. O papa Francisco encarnou essas virtudes como poucas lideranças nos dias de hoje. E a elas acrescentou o carisma e a empatia. Num tempo em que há muita escuridão, foi uma luz iluminando a humanidade. A história o reconhecerá como um dos maiores”, pontuou.
O decano da Corte, ministro Gilmar Mendes, também lamentou: “Diante de um mundo de intolerância e ódio, Francisco nos deixou lições que transcendem a fé: acolher o próximo, semear a inclusão e combater a desigualdade. Seu legado na defesa dos mais vulneráveis o tornou um farol de paz e fraternidade, mesmo nos momentos mais difíceis”, frisou.
Correio Braziliense