Este ano, o Dia do Holocausto e do Heroísmo é celebrado nos dias 23 e 24 de abril, uma data criada para lembrar dos 6 milhões de judeus que foram assassinados pelo regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial. A data também serve para exaltar a coragem daqueles que resistiram bravamente nos guetos, campos de concentração e cidades ocupadas.
Para mostrar seu apoio ao tema, o Congresso Nacional projetou a frase “Holocausto Nunca Mais” em sua fachada, além disso, importantes projetos sobre o assunto foram aprovados pelo Legislativo, como a Lei nº 14.938, de 29 de julho, o Dia Nacional da Lembrança do Holocausto, celebrado pela primeira vez em 16 de abril de 2025.
O projeto que originou a referida Lei foi relatado na Comissão de Educação pelo senador Carlos Viana (MG), presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Israel e sancionado pelo presidente Lula.
– Ao dedicarmos um dia à lembrança do Holocausto, estamos educando as novas gerações sobre a importância do respeito aos direitos humanos, da tolerância e da diversidade. É um alerta permanente contra a discriminação, o preconceito e a violência. A história de Luiz Martins de Souza Dantas, que desafiou ordens para salvar vidas, simboliza esse compromisso com a dignidade humana. Não podemos esquecer o passado — cada um de nós tem a responsabilidade de lutar contra todo tipo de opressão para que nunca mais tragédias como essa se repitam – disse o senador quando o projeto foi aprovado.
Blima R. Lorber, filha de sobreviventes, jornalista e autora do livro Brasileiros no Holocausto e na Resistência ao Nazifascismo ressaltou a necessidade da lembrança do holocausto em um momento de grande intolerância que vibemos no mundo.
– Hoje estamos dando vozes aos que foram brutalmente calados. Suas histórias de vida não serão esquecidas. Num momento em que o antissemitismo recrudesce no mundo, é de extrema importância lembrar o que o ódio e preconceito podem perpetrar.
Já o Presidente da Confederação Nacional das Câmaras de Comércio Brasil-Israel (CNBI), Ric Scheinkman, e neto de sobrevivente do Holocausto, afirmou que lembrar a tragédia que foi o Holocausto é um ato de resistêcia contra toda forma de extremismo.
– O Holocausto revelou ao mundo os perigos da intolerância, da indiferença e do negacionismo. Lembrá-lo é um dever ético: não apenas para honrar as vítimas, mas para educar, resistir à repetição da barbárie e reafirmar o compromisso com a dignidade humana, a liberdade, a paz e com a esperança de que o futuro seja sempre iluminado pelo respeito e pela liberdade.
Para o presidente da B’nai B’rith Brasil, Abraham Goldstein, o Holocausto não é apenas história, é um alerta.
– Não podemos aceitar a volta do “nós contra eles”, da discriminação, do silêncio cúmplice. Devemos agir com Tzedaká (justiça social) e Tikun Olam (reparação do mundo), para que o passado nos guie rumo a um futuro de respeito, fraternidade e paz, sem preconceito, sem racismo e sem antissemitismo – explicou.
Entre as vítimas do Holocausto estavam também ciganos, homossexuais, pessoas com deficiência, opositores políticos — inclusive brasileiros, judeus e não judeus, que viviam na Europa e foram presos ou deportados por ideologias contrárias ao regime nazista.
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