Deputada também pode perder o mandato, conforme voto do relator. Julgamento ocorre no plenário virtual da 1ª turma do STF.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, votou nesta sexta-feira, 9, pela condenação da deputada federal Carla Zambelli a 10 anos de prisão, por sua atuação como autora intelectual da invasão aos sistemas eletrônicos do CNJ, ocorrida em janeiro de 2023.
Relator da ação penal, Moraes também propôs a perda do mandato parlamentar, medida que, se confirmada, dependerá de deliberação da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. O presidente da Casa, deputado Hugo Motta, deverá ser intimado, conforme o voto
Zambelli é ré ao lado do hacker Walter Delgatti Neto, para quem o ministro fixou a pena de oito anos e três meses de reclusão. Ambos foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica, com agravantes ligados à tentativa de desestabilização institucional.
“É completamente absurda a atuação vil de uma deputada federal […] que causou relevantes e duradouros danos à credibilidade das instituições”, afirmou Moraes em seu voto.

Moraes votou por condenar Zambelli a 10 anos de prisão.(Imagem: Bruno Peres/Agência Brasil | Lula Marques/Agência Brasil)
Acusação e provas
Segundo a denúncia, a parlamentar teria recrutado Delgatti para inserir no sistema do CNJ um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, além de outras manipulações ilegais com motivação política e midiática.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, argumentou que os atos visavam fragilizar a credibilidade do Judiciário e estimular atos antidemocráticos. Para o PGR, os crimes se revestem de gravidade acentuada, por atentarem contra o regular funcionamento das instituições republicanas.