O motorista de aplicativo Weverton Antônio dos Santos, de 28 anos, foi executado por integrantes do Comando Vermelho (CV) no município de Eunápolis, no extremo sul da Bahia, após ser erroneamente identificado como informante da polícia.
A família da vítima recebeu um vídeo com imagens do momento em que ele foi decapitado, além de registros da tortura sofrida antes da morte.
Segundo relatos de parentes, Weverton foi visto pela última vez ao buscar o enteado em uma escola da cidade. Depois disso, perdeu-se qualquer contato com o motorista.
A confirmação do sequestro e morte só veio após familiares receberem o vídeo enviado pelos próprios criminosos, que também teria sido encaminhado a um policial militar. No conteúdo, Weverton aparece sendo agredido, torturado e, posteriormente, decapitado.
De acordo com informações apuradas por agentes da segurança pública, Weverton passou a frequentar o bairro Alecrim — região periférica de Eunápolis com presença ativa do Comando Vermelho — por conta de um relacionamento com uma mulher moradora da área. Ele era residente no centro da cidade, mas teria começado a visitar a localidade com frequência.
A investigação aponta que os traficantes suspeitaram do envolvimento de Weverton com a polícia após encontrarem em seu telefone contatos de agentes de segurança pública. “A vítima, que é moradora do centro de Eunápolis, começou a namorar com uma mulher desse bairro Alecrim, que é uma localidade periférica com forte atuação do CV. Além disso, era uma pessoa que tinha amizades com policiais, apesar de não ser informante. A suspeita é que ele tenha sido capturado pelos traficantes, teve o celular analisado, e que o contato de PMs na sua lista tenha motivado a morte”, afirmou uma fonte policial.
Ainda segundo a mesma fonte, o vídeo foi encaminhado a um policial militar com a mensagem: “Tome aí seu X9”. O corpo de Weverton foi localizado no dia 13 de maio. As partes estavam espalhadas em pontos distintos de Eunápolis, enquanto o veículo da vítima foi abandonado em um distrito fora da cidade. Até o momento, nenhum envolvido no crime foi preso.