A ilustração estilizada — inspirada em retratos de personalidades da esquerda como Che Guevara, Marielle Franco e o próprio Lula — não deixa dúvidas. Tentaram vender Janja como um símbolo de “resistência” na campanha digital relâmpago para reabilitar sua imagem, lançada pelo PT no último dia 22.
“Relâmpago” porque a mobilização naufragou tão rápido que não teve tempo nem de morrer na praia. E o que deveria ser uma demonstração de apoio ao governo virou munição para a oposição, além de um problema adicional para Lula.
Ou “ploblema”, como a primeira-dama, que se identifica como “socióloga com MBA”, costuma dizer em entrevistas — sua coleção de lapsos linguísticos também inclui “abrido”, “cidadões”, “inresponsável”, “proibí” (em vez de “proibir”) e “faraona” (referindo-se ao feminino de “faraó”), sem contar os frequentes erros de concordância verbal.
O insucesso da ação para emplacar a hashtag #EstouComJanja ressaltou as fragilidades da comunicação da esquerda, as divisões internas do governo e a dificuldade do presidente em gerenciar a atuação controversa da própria mulher (uma pesquisa realizada em março pelo instituto PoderData mostrou que metade dos eleitores que conhecem o nome da primeira-dama desaprovam seu protagonismo).
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