Durante o 16º Congresso Nacional do PSB neste domingo (1º), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou preocupação com os movimentos articulados pela oposição para as eleições de 2026.
Em tom de alerta, Lula afirmou que a esquerda precisa priorizar a formação de uma maioria no Senado Federal, sob o risco de que a direita avance e influencie a composição do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o presidente, é necessário redirecionar a estratégia eleitoral para garantir o controle do Congresso, sobretudo da Câmara Alta, em vez de concentrar os esforços nas disputas por governos estaduais.
“É importante que a gente leve em conta onde é impreterível e realmente necessário lançar candidato a governador. Mas, pensando no Brasil, temos que refletir sobre onde é fundamental eleger senadores e onde temos condições reais de vitória”, afirmou Lula.
“Muitas vezes, precisamos usar nossos melhores quadros para eleger senadores da República e deputados federais, porque precisamos garantir a maioria no Senado”, emendou.
A fala ocorre em meio a articulações entre lideranças do bolsonarismo e do centrão, que pretendem eleger ao menos 44 senadores em 2026 — número que, somado aos mandatos ainda vigentes de aliados eleitos em 2022, daria à oposição uma maioria de 59 parlamentares no Senado. Com esse quórum, temas sensíveis como o impeachment de ministros do STF podem entrar em pauta a partir de 2027.
Lula indicou que o momento requer uma reorganização interna entre os partidos da base aliada e o uso estratégico dos nomes com maior apelo eleitoral. Para o petista, a esquerda sofre, inclusive, com a ausência de lideranças jovens.
Ao calcular as peças de 2026, tem dito que desperdiçar candidaturas competitivas em disputas estaduais com baixa chance de sucesso pode comprometer a governabilidade e abrir margem para o avanço da oposição em todo o país.