Conforme o Censo 2022, os evangélicos correspondem a 26,9% dos brasileiros
Em meio à queda de popularidade do presidente Lula (PT), a Fundação Perseu Abramo, braço de estudos do Partido dos Trabalhadores, iniciou na semana passada o curso “Fé e Democracia para a Militância Evangélica Brasileira” para integrantes da sigla.
Com 775 inscritos, serão oito aulas para tentar aproximar a legenda do eleitorado evangélico, que representa 26,9% da população brasileira, conforme o Censo 2022.
A Folha de S.Paulo publicou no domingo, 8, alguns dos ensinamentos dados pela teóloga Angelica Tostes na primeira aula do curso.
“A Bíblia é o livro da classe trabalhadora […] Quantos de nós, indo para os nossos trabalhos, pegando o metrô, pegando o ônibus, a gente vê irmãos e irmãs de fé com a Bíblia, seja no celular, seja ela [na versão] física”, afirmou
No curso, Tostes, que é pentecostal, disse aos petistas que não dá para ignorar um campo que é sobretudo “preto, pobre, feito com mulheres da periferia”.
Ainda segundo a teóloga, o clichê sobre construir pontes é verdadeiro, mas não pode ser realizado da noite para o dia.
“A gente precisa pensar que o diálogo não é um miojo. ‘Três minutos, dialoguei com os evangélicos’. Não.
[Diálogo] também não é uma ambulância, para socorrer em momentos de desespero”, continuou. “Diálogo é construção.”
“A gente vê que [as igrejas evangélicas] são espaços que vão acolhendo essas pessoas e vão dando não só respostas de uma dimensão concreta, mas também existencial. E aí é necessário que nossos companheiros e companheiras que não têm a vivência religiosa também observem isso. A religião, não só evangélica ou cristã, ela dá um sentido na vida”, seguiu.