O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, disse ser uma “vítima da calúnia” do ex-ministro das Relações Exteriores Álvaro Leyva, após a divulgação de um suposto plano do para derrubá-lo com apoio dos Estados Unidos.
Petro comentou o caso em publicação no X (antigo Twitter), depois de o jornal espanhol El País publicar que Leyva teria se reunido há dois meses com assessores do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, para apresentar o suposto plano a Washington.
A reportagem se baseia em áudios e testemunhos aos quais o El Pais teve acesso e que a CNN não conseguiu verificar.
A CNN entrou em contato com a Casa Branca e aguarda resposta.
“Durante meses fui vítima da calúnia do senhor Leyva, e quis simplesmente responder ao que considerei um ato de vingança bárbaro, canalha, de alguém que eu simplesmente havia ajudado de coração”, escreveu Petro no X.
Ele também afirmou que Leyva age em retaliação à sua saída do governo, acrescentando que o ex-ministro queria “fazer negócios”, em referência a supostas irregularidades.
Em janeiro de 2024, Leyva foi suspenso provisoriamente do cargo de chanceler após a Procuradoria Geral da Colômbia identificar possíveis irregularidades em um processo de licitação para a produção de passaportes. Leyva negou ter agido de forma ilegal e, em maio de 2024, foi substituído por Luis Gilberto Murillo. Neste ano, Leyva publicou cartas enviadas a Petro, acusando-o de não ser apto para exercer a Presidência da Colômbia e de ter problemas com o consumo de álcool e drogas, o que o presidente nega.
A CNN também entrou em contato com Leyva para comentar o relatório de El País e aguarda resposta. Até o momento, Leyva não se manifestou publicamente sobre o tema.
O jornal espanhol também relata que o ex-chanceler teria tentado se reunir com o senador Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA na época, para apresentar seu suposto plano, e que disse a um dos assessores com quem se encontrou que a vice-presidente Francia Márquez poderia substituir Petro.
A CNN também solicitou comentários ao Departamento de Estado.
A vice-presidente da Colômbia, por sua vez, publicou um comunicado no qual nega ter participado do suposto plano de Leyva.
“Tenho a consciência tranquila, a mente clara e o coração firme. Respeito profundamente a ordem constitucional e, dentro dela, a figura do presidente da República como símbolo da unidade nacional. Disse isso publicamente e em privado, e não deve haver dúvidas: jamais traí ou questionei a autoridade legítima do primeiro mandatário da nação”, declarou Márquez, que já teve divergências públicas com Petro em relação a algumas nomeações no gabinete.
Durante uma reunião do Conselho de Ministros transmitida em rede nacional em fevereiro, Márquez e outros ministros criticaram Petro por nomear Armando Benedetti como ministro do Interior e Laura Sarabia como chanceler. Na ocasião, Petro defendeu as duas nomeações.
Ambos os ministros também reagiram neste domingo à publicação sobre o suposto plano de Leyva.
Sarabia escreveu no X que o plano “não é apenas um ataque contra @petrogustavo, é um atentado contra a própria democracia”.
Já Benedetti afirmou, em entrevista ao Noticias Caracol, que isso seria “uma conspiração contra o Estado”. “Que isso seja feito por um ex-ministro é bastante grave”, acrescentou.
Fonte: CNN Brasil