sábado, julho 19, 2025
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Polícia investiga shows do festival Glastonbury após coro anti-Israel

A polícia do Reino Unido abriu, nesta segunda-feira (30), uma investigação criminal sobre os shows da dupla Bob Vylan e do trio de rap irlandês Kneecap no festival de música de Glastonbury, depois que eles lideraram gritos contra os militares israelenses e o primeiro-ministro Keir Starmer.

A polícia está investigando “comentários feitos no palco” por ambos os grupos por possíveis ofensas à ordem pública após analisar imagens de vídeo e áudio de suas apresentações, disse a força policial regional de Avon e Somerset.

O set de Vylan incluiu um coro no palco de “morte, morte às FDI”, uma referência às Forças de Defesa de Israel lutando em Gaza, enquanto o Kneecap liderou gritos contra o primeiro-ministro britânico Keir Starmer e condenou Israel diante de uma grande multidão.

“Este fato foi registrado como um incidente de ordem pública neste momento, enquanto nossas investigações estão em estágio inicial”, afirmou o comunicado da polícia. “A investigação será baseada em evidências e considerará cuidadosamente toda a legislação aplicável, inclusive a relativa a crimes de ódio”, completou.

Anteriormente, a BBC disse que lamentava não ter interrompido a transmissão ao vivo do show de Bob Vylan em Glastonbury, sudoeste da Inglaterra, depois que um membro da dupla de punk-rap liderou o que a emissora chamou de gritos antissemitas contra os militares de Israel.

O show de sábado também incluiu uma fala no palco: “Do rio ao mar, a Palestina deve ser, será, inshallah, será livre”.

Esse coro é uma frase muito disputada, muitas vezes interpretada como um chamado à destruição de Israel e uma negação de seu direito de existir, embora muitos palestinos contestem isso.

A decisão da emissora pública britânica de manter a transmissão ao vivo foi condenada por Starmer, e o regulador de mídia Ofcom disse que a BBC tinha perguntas a responder.

A BBC, que transmite o festival anualmente, emitiu um aviso na tela por “linguagem forte e discriminatória” enquanto o set estava sendo transmitido online, mas disse na segunda-feira que deveria ter ido mais longe.

A Embaixada de Israel em Londres também condenou o incidente, enquanto Starmer exigiu respostas da BBC sobre “como essas cenas foram transmitidas”.

O vocalista da dupla de rap, que também atende pelo nome artístico de Bobby Vylan, escreveu no Instagram: “Eu disse o que disse”, acrescentando que foi “inundado com mensagens de apoio e ódio”.

“Ensinar nossos filhos a se manifestarem pelas mudanças que eles querem e precisam é a única maneira de tornar este mundo um lugar melhor”, disse ele na publicação, aparentemente em referência ao incidente.

Bob Vylan, conhecido por sua mistura de grime e punk rock, já se manifestou abertamente sobre seu apoio aos palestinos no passado. Suas músicas abordam uma série de questões, incluindo racismo, homofobia e a divisão de classes.

Declarações políticas de músicos no palco têm sido o foco de atenção desde que um membro do trio Kneecap foi acusado, no mês passado, de crime de terrorismo por supostamente exibir uma bandeira do Hezbollah, o grupo apoiado pelo Irã que é considerado uma organização terrorista no Reino Unido. Ele nega o crime.

Israel negou repetidamente ter cometido abusos em sua guerra em Gaza, que começou quando o Hamas lançou um ataque surpresa contra Israel em 7 de outubro de 2023, matando quase 1.200 pessoas, a maioria civis, e levando outras 251 como reféns para Gaza.

Israel lançou uma campanha militar que já matou mais de 56 mil palestinos, a maioria civis, de acordo com autoridades de saúde locais em Gaza.

Fonte: CNN Brasil

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