Para contornar os efeitos da alta na taxa básica de juros – principal dificuldade na elaboração do Plano Safra 2025/2026 – o governo federal lançou uma linha de crédito rural com funding em dólar no valor de R$ 14,4 bilhões.
A medida é vista pelo governo como uma forma de modernizar o crédito rural, diante das limitações fiscais e do atual patamar da Selic.
“Essa é a modernização do crédito rural. Precisamos ter essa criatividade. O Plano Safra é longevo, mas é preciso modernizar. Agora inovamos com a linha dolarizada”, disse o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
A linha tem como foco produtores com receitas atreladas à moeda norte-americana, como os de soja, milho, café e algodão, que são fortemente ligados à exportação.
Operada pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), a opção oferecerá taxas entre 8,5% e 9% ao ano, com recursos destinados tanto ao custeio quanto aos investimentos. Para efeito de comparação, a taxa básica de juros está hoje em 15% ao ano.
A medida também ajuda, segundo o ministro, a reduzir a dependência do Tesouro Nacional na equalização dos juros e, ao mesmo tempo, evitar o risco cambial.
A estrutura da operação é voltada a quem produz alimentos exportados em larga escala, mesmo que não atue diretamente na exportação, aproveitando o fato de que a formação de preços ocorre em dólar.
A estratégia amplia o escopo da Taxa Fixa do BNDES em Dólar, lançada em abril de 2023 e originalmente voltada apenas para investimentos.
O bom desempenho motivou a ampliação agora para o custeio, com a nova rodada de funding calibrada para atender à demanda crescente por crédito compatível com a realidade do agronegócio exportador. “Foi tomado funding”, disse o ministro ao ser questionado sobre a demanda da linha anterior.
Essa era uma das principais reivindicações do setor agrícola para este Plano Safra.
Fonte: CNN Brasil