Em meio ao impasse entre o Legislativo e o Executivo devido ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, aguarda o retorno do telefonema que fez ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, na semana passada.
“Estou aguardando o retorno da ligação que fiz para ele [Motta] semana passada. Eu fiz uma ligação e estou aguardando retorno”, disse Haddad.
O chefe da pasta econômica diz desconhecer os motivos que levaram o congressista a pautar a derrubada do decreto do Executivo após o acordo firmado em 8 de junho durante uma reunião classificada como “histórica” pelos participantes.
Do outro lado, Hugo Motta afirma que o Palácio do Planalto foi avisado sobre a dificuldade de aprovar a proposta do IOF na Câmara dos Deputados. Em vídeo publicado nas redes sociais, o presidente da Casa negou que houve “traição” de sua parte.
Ao ser questionado sobre o posicionamento de Hugo, Haddad respondeu que a expressão “traição” não cabe dentro de uma relação institucional. O ministro disse também que o presidente da Câmara tem livre trânsito dentro do Ministério da Fazenda.
“Nós temos respeito pelo Congresso. Esse tipo de expressão [traição] não cabe em uma relação institucional. Não sabemos a razão pela qual mudou o encaminhamento que tinha sido anunciado no domingo [8 de junho]. Vamos manter o diálogo e entender melhor o que se passou”, afirmou Haddad a jornalistas.
Na Câmara, o PDL (Projeto de Decreto Legislativo) que sustou a medida foi aprovado por 383 votos favoráveis à derrubada e outros 98 contrários. No Senado, a votação ocorreu de forma simbólica.
O decreto derrubado previa aumento nas alíquotas do IOF, o que poderia gerar até R$ 10 bilhões em arrecadação em 2025. No entanto, a proposta encontrou forte resistência entre os congressistas.
Fonte: CNN Brasil