sábado, julho 19, 2025
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Wajngarten e Kuntz dizem que não tentaram obstruir investigação

Após prestar depoimento à PF (Polícia Federal) nesta terça-feira (1º), os advogados Fábio Wajngarten e Eduardo Kuntz afirmaram que não tentaram obstruir a investigação sobre uma tentativa de golpe de Estado que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal).

Além de Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, e de Kuntz, que defende Marcelo Câmara — ex-assessor da Presidência, atualmente preso preventivamente —, também foi ouvido o advogado Paulo Cunha Bueno, advogado de Jair Bolsonaro (PL), por determinação do ministro Alexandre de Moraes.

Os depoimentos foram realizados simultaneamente, às 15h, em São Paulo e Brasília, e marcados após a defesa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, entregar à PF uma série de documentos relacionados à investigação.

Wajngarten, que deixou a defesa de Bolsonaro em 2024, rejeitou completamente qualquer acusação de que tenha tentado atrapalhar ou interferir na investigação.

“Estou estudando e reafirmo nas duas últimas linhas do meu depoimento, que eu repudio de forma veemente a acusação de tentativa de tumultuar, de desorganizar, de atrapalhar ou de embaraçar a investigação. Repudio”, disse o ex-secretário.

Além disso, Wajngarten avisou que estuda processar quem o acusou injustamente. “E afirmo que estou estudando a possibilidade de ingressar com ações de denunciação caluniosa contra quem quer que seja.”

Já Kuntz, agradeceu ao delegado responsável, Fábio Schor, destacando que teve ampla oportunidade de responder às perguntas e esclarecer sua participação.

“Queria enaltecer a conduta e a postura do Dr. Fábio Schor, que é delegado de polícia que fez toda a ativa, me permitiu responder todas as perguntas, esclarecer todos os fatos”, declarou.

Kuntz reforçou que sua conduta, tanto profissional quanto ética, esteve dentro da legalidade. “Minha atuação profissional e legal foi totalmente dentro dos parâmetros, sem qualquer tipo de conduta ilícita ou com falha ética.”

Os materiais buscam esclarecer as informações prestadas por Eduardo Kuntz, que disse ao STF ter sido ele o interlocutor de Cid em uma série de mensagens trocadas nas redes sociais e tornadas públicas pela revista “Veja”. O advogado passou a ser investigado por obstrução. Moraes determinou a prisão de Câmara, seu cliente.

O advogado afirmou que nunca havia tomado a frente de procurar Cid ou seus familiares e atribuiu ao tenente-coronel a iniciativa de tentar contato por meio das redes sociais.

Segundo a defesa de Cid, no entanto, Kuntz “procurou insistentemente” sua filha menor de idade por meio do WhatsApp — as mensagens foram entregues pela defesa do delator à PF.

Cid sugere que Kuntz teria tentado persuadir a adolescente a limpar as conversas. Em outro momento, teria pedido para que a menina articulasse um encontro em um lugar que o pai achasse “seguro e confortável”.

A defesa de Cid também diz que Kuntz e Bueno tentaram “cercar” a mãe do tenente-coronel, Agnes, em eventos na Hípica de São Paulo, “no sentido de demover a defesa então constituída” pelo delator.

Já Wajngarten, teria feito uma “intensa tentativa” de falar com a família do tenente-coronel, contatando a sua filha adolescente e também sua esposa, Gabriela.

Na decisão, Moraes afirma que “as condutas narrada à autoridade policial indicam a prática, em tese, do delito de obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa”.

Além de ouvir os advogados, a PF deverá juntar aos autos do processo a extração e a categorização dos dados armazenados no telefone celular da filha de Cid.

*Publicado por João Scavacin, da CNN, e com informações de Adriana De Luca

Fonte: CNN Brasil

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