O governo de Donald Trump está suspendendo alguns envios de armas para a Ucrânia, incluindo mísseis de defesa aérea, após uma revisão dos gastos militares e do apoio americano a países estrangeiros, informou um alto funcionário da Casa Branca à CNN.
O Secretário de Defesa, Pete Hegseth, aprovou a revisão, que, segundo ele, estava em andamento há meses. Não ficou imediatamente claro se o apoio militar fornecido a outros países seria afetado.
A vice-secretária de imprensa da Casa Branca, Anna Kelly, afirmou que a decisão foi tomada “para colocar os interesses dos Estados Unidos em primeiro lugar”.
A decisão de suspender algumas transferências de armas para a Ucrânia ocorre após o presidente Volodymyr Zelensky ter implorado aos aliados ocidentais que reforçassem suas defesas aéreas após a intensificação dos ataques aéreos russos.
A Rússia tem lançado ataques aéreos noturnos contra a Ucrânia nas últimas semanas, envolvendo centenas de drones e mísseis. No domingo (29), o exército ucraniano informou que um piloto morreu após a queda de seu caça F-16 durante um ataque aéreo russo.
Após o ataque, Zelensky afirmou nas redes sociais que a Ucrânia está pronta para comprar “sistemas americanos” para fortalecer suas defesas aéreas.
Os EUA têm sido o maior doador individual de ajuda militar à Ucrânia desde que a Rússia lançou sua invasão em larga escala em 2022, fornecendo à Ucrânia sistemas de defesa aérea, drones, lançadores de foguetes, radares, tanques e armas antitanque, o que gerou preocupações com a redução dos estoques americanos.
Mas o saldo da ajuda à Ucrânia mudou significativamente desde que Trump voltou ao poder, lançando dúvidas sobre o futuro do apoio americano a Kiev.
Em abril, a Europa ultrapassou os EUA em ajuda militar total à Ucrânia pela primeira vez, com sua contribuição equivalente a US$ 84,9 bilhões, em comparação com os US$ 76,6 bilhões dos EUA, de acordo com dados do Instituto Kiel para a Economia Mundial, uma organização alemã que acompanha de perto a ajuda em tempos de guerra à Ucrânia.
A mudança ocorreu depois que Trump suspendeu todos os envios de ajuda militar à Ucrânia após uma acalorada discussão no Salão Oval com Zelensky em março. Trump retomou os fluxos de ajuda à Ucrânia cerca de uma semana depois.
Na semana passada, durante a cúpula da Otan em Haia, o presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu que Kiev poderia receber futuras entregas do sistema de mísseis Patriot dos EUA – sinalizando uma possível mudança em sua visão sobre o fluxo de ajuda americana ao país.
Os Patriots são amplamente considerados um dos melhores sistemas de defesa aérea, particularmente na proteção contra mísseis hipersônicos e balísticos avançados.
Sabe-se que a Ucrânia possui cerca de meia dúzia de sistemas de defesa aérea Patriot de fabricação americana, que desempenham um papel crucial em sua defesa aérea, protegendo milhões de civis de mísseis russos.
O enviado sênior do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a Ucrânia e a Rússia, Keith Kellog, disse na segunda-feira (30) que a Rússia não pode continuar a ganhar tempo “enquanto bombardeia alvos civis na Ucrânia”.
“Pedimos um cessar-fogo imediato e a realização de negociações trilaterais para pôr fim à guerra”, escreveu Kellogg no X.
Nos últimos dias, a Rússia segue atacando a Ucrânia com mísseis e drones. No sábado (28), ao menos duas pessoas morreram e 14 ficaram feridas após um bombardeio a um prédio residencial na cidade de Odesa, informaram autoridades.
Fonte: CNN Brasil