sábado, julho 19, 2025
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Irã se preparou para bloquear o Estreito de Ormuz com minas, dizem fontes

O Exército do Irã carregou navios no Golfo Pérsico com minas navais no mês passado, o que intensificou as preocupações dos Estados Unidos de que o país estaria se preparando para bloquear o Estreito de Ormuz após os ataques israelenses, de acordo com duas autoridades americanas.

Os preparativos que foram detectados pela inteligência americana ocorreram pouco tempo depois de Israel ter lançado o primeiro ataque com mísseis contra o Irã, no dia 13 de junho, disseram as autoridades, que pediram anonimato.

O carregamento das minas – que não foram implantadas no estreito – sugere que o Irã pode ter levado a sério o fechamento de uma das rotas de navegação mais movimentadas do mundo, uma ação que teria agravado o conflito e prejudicado severamente o comércio global.

Cerca de um quinto dos embarques globais de petróleo e gás passam pelo Estreito de Ormuz, e um bloqueio provavelmente teria elevado os preços mundiais da energia.

Os preços globais de referência do petróleo (LCOc1) caíram mais de 10% desde os ataques dos EUA às instalações nucleares do Irã, motivados em parte pelo alívio de que o conflito não provocou interrupções significativas no comércio de petróleo.

Em 22 de junho, logo após os EUA bombardearem três das principais instalações nucleares do Irã , o Parlamento iraniano teria apoiado uma medida para bloquear o estreito.

A decisão final sobre o fechamento cabia ao Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, informou a Press TV na época. O país ameaçou fechar o estreito ao longo dos últimos anos, mas nunca cumpriu a ameaça.

A Reuters não conseguiu determinar com precisão quando, durante o conflito entre Israel e Irã, Teerã carregou as minas, que – se implantadas – teriam efetivamente impedido a passagem de navios pela via principal.

Também não está claro se as minas foram descarregadas desde então.

As fontes não revelaram como os Estados Unidos determinaram que as minas haviam sido colocadas nos navios iranianos, mas essas informações são normalmente coletadas por meio de imagens de satélite, fontes humanas ou de ambos.

Quando questionado sobre o assunto, um funcionário da Casa Branca afirmou: “Graças à brilhante execução da Operação Martelo da Meia-Noite pelo presidente [Donald Trump], à campanha bem-sucedida contra os Houthis e à campanha de pressão máxima, o Estreito de Ormuz permanece aberto, a liberdade de navegação foi restaurada e o Irã foi significativamente enfraquecido”.

O Pentágono não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. A missão iraniana na ONU também não retornou.

As duas autoridades ouvidas pela reportagem disseram que o governo dos EUA não descartou a possibilidade de que o carregamento das minas tenha sido uma estratégia.

Os iranianos poderiam ter preparado as minas para convencer os Estados Unidos de que levavam a sério a possibilidade de fechar o estreito, mas não tinham a real intenção disso, segundo as autoridades.

Os militares iranianos também poderiam estar simplesmente fazendo os preparativos necessários caso os líderes iranianos dessem a ordem.

O Estreito de Ormuz fica entre Omã e Irã e liga o Golfo Pérsico ao Golfo de Omã ao sul e para além do Mar Arábico.

Ele tem 34 km de largura em seu ponto mais estreito, com a rota de navegação de apenas 3 km de largura em qualquer direção.

Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Iraque, integrantes da OPEP, exportam a maior parte do petróleo bruto pelo estreito, principalmente para a Ásia.

O Catar, um dos maiores exportadores de gás natural liquefeito do mundo, envia quase todo o GNL pelo estreito.

O Irã também exporta a maior parte do petróleo bruto pela passagem, o que, em teoria, limita o desejo dos iranianos de fechar o estreito. Mesmo assim, Teerã dedicou recursos significativos para garantir que pudesse fazer isso, se julgar necessário.

Em 2019, o Irã mantinha mais de 5 mil minas navais, que poderiam ser rapidamente implantadas com a ajuda de pequenos barcos de alta velocidade, estimou a DIA (Agência de Inteligência de Defesa dos EUA) na época.

A Quinta Frota dos EUA, baseada no Bahrein, é responsável por proteger o comércio na região. A Marinha dos EUA normalmente mantém quatro navios de contramedidas de minas, ou navios MCM, no Bahrein.

Mas, embora esses navios estejam sendo substituídos por outro tipo de embarcação, chamado navio de combate litorâneo, ou LCS, essa nova embarcação também possui capacidades antiminas.

Todos os navios antiminas foram temporariamente tirados do Bahrein nos dias que antecederam os ataques dos EUA ao Irã, em antecipação a um possível ataque retaliatório à sede da Quinta Frota.

No final das contas, a retaliação imediata do Irã limitou-se a um ataque com mísseis a uma base militar americana no Catar.

As autoridades americanas, no entanto, não descartaram novas medidas retaliatórias por parte do Irã.

Fonte: CNN Brasil

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